Ataque brilha, Flamengo vence com tranquilidade e abre 2 a 1 na semifinal diante de São José
Por Fernando Hawad Lopes, direto do Rio de Janeiro (RJ)
Coletividade. Não há palavra melhor para resumir a virada do Flamengo na série semifinal do NBB contra São José. O rubro-negro fez uma partida impecável na noite deste domingo na HSBC Arena, que recebeu cerca 6500 torcedores. A vitória por 106-86 deu ao time de José Neto a vantagem de 2-1 no confronto. Se triunfar novamente na próxima quinta, em São José, o Flamengo volta à final do NBB após duas temporadas caindo na semi. Para a Águia do Vale, resta vencer em casa e forçar o jogo cinco, no sábado que vem, novamente no Rio.
Infelizmente, antes de falarmos sobre a ótima partida de basquete desta noite, somos obrigados a ressaltar a confusa participação da arbitragem, de novo tentando chamar para si o protagonismo que tem que ser dos jogadores. Está certo que os atletas reclamam demais, outro hábito que precisa mudar urgentemente, mas é lamentável constatar o quanto os árbitros do NBB gostam de aparecer com excesso de faltas técnicas nos momentos em que é possível segurar um pouco essas marcações pelo bem do espetáculo. Acho que muitos juízes não compreendem que uma arbitragem boa é aquela que passa despercebida.
Dito isso, podemos falar de bola. Para se ter uma ideia da força coletiva do ataque do Flamengo, cinco atletas do time passaram dos 10 pontos. Olivinha foi o cestinha da equipe com 18. Marquinhos fez 17. Duda anotou 15, um a mais do que Caio e Benite, que terminaram a partida com 14. Assim como no segundo jogo da série, o primeiro quarto foi o mais equilibrado neste domingo. Os cariocas começaram fulminantes e abriram 6 a 0, mas o experiente time de São José não se abateu com o início ruim. Murilo e Dedé estavam bem e a equipe equilibrou as ações. Uma bola de três do armador Gegê, quase no estouro do cronômetro, colocou o Flamengo quatro pontos na frente: 26 a 22.
No segundo período, o rubro-negro acelerou o jogo. Com a mão calibrada nos chutes de fora e contra-ataques velozes, os mandantes abriram 13 de vantagem (41 a 28). Faltando cinco minutos para o fim, um lance polêmico. Fúlvio ficou pressionado por Zanotti no canto da quadra e para não perder a posse, jogou a bola no paraguaio. O ala do Flamengo não gostou da jogada e foi para cima do adversário, chegando a encostar a cabeça no armador joseense, que desabou. Acho que o Fúlvio deu uma valorizada ao cair no chão (não era para tanto), mas o Zanotti perdeu completamente o controle e nada justifica sua reação desproporcional. A arbitragem assinalou uma técnica para cada um quando, a meu ver, o correto seria punir apenas o ala do Flamengo.
Após a confusão, São José chegou a encostar no placar (43 a 40), mas os comandados de Neto brecaram o bom momento dos paulistas e fecharam a primeira etapa vencendo por oito: 50 a 42. Na volta do intervalo, mais uma reação dos visitantes, que contaram novamente com apoio de seus fanáticos torcedores na Arena. Liderado pelo tripé Murilo, cestinha do jogo com 20 pontos, Jefferson e Dedé (ambos com 16), São José fez 14 a 7 em quatro minutos, cortando a vantagem do Flamengo para apenas um ponto: 57 a 56. Na hora do aperto, o ataque rubro-negro voltou a fluir e os cariocas abriram novamente. Duda veio bem do banco. Seus gatilhos de três, às vezes precipitados, foram perfeitos neste domingo (2/2). Aliás, o Flamengo teve excelente aproveitamento nas bolas de longa distância (10/18), enquanto São José não foi tão preciso, apenas 6/21.
Após fechar o terceiro período vencendo por 81 a 70, os mandantes praticamente definiram a partida no primeiro minuto do último quarto, anotando sete pontos seguidos. Para piorar ainda mais a situação da Águia do Vale, Murilo caiu de mau jeito na quadra e teve que sair de maca. Ainda não se sabe a gravidade da lesão, mas se for algo que tire o pivô da série, o time de Régis Marrelli vai ter que se superar muito, pois não há substitutos à altura de Murilo no elenco. O campeão paulista teve outra perda logo depois. Fúlvio, revoltado com algumas marcações da arbitragem, tomou mais uma técnica e foi excluído da partida com cinco faltas. Se aproveitando do momento favorável e em estado de graça com a torcida, o Flamengo sacramentou sua segunda vitória na série. A diferença chegou a 30 pontos: 106 a 76. Nos últimos minutos, o rubro-negro relaxou um pouco, permitindo 10 pontos seguidos aos visitantes, mas nada que comprometesse o triunfo por 106 a 86.
Empolgado com o ótimo basquete apresentado pelo time, o ala Marquinhos valorizou o bom trabalho de equipe do Flamengo. "Essa coletividade foi o que fez a diferença hoje. Nosso mérito foi envolver quase todo mundo nas jogadas de ataque. Quem veio do banco também entrou muito bem, caso do Duda, do Gegê e do Shilton", afirmou o ala da seleção. O pivô Caio Torres também estava muito feliz com a atuação do plantel. "Se nós jogarmos sempre do jeito que jogamos hoje e com o apoio dessa torcida, temos tudo para chegar ao título", sintetizou o grandalhão, que além dos 14 pontos anotados, contribuiu com 10 rebotes.
Do outro lado, o clima era de tristeza pela derrota, mas de confiança na recuperação dentro da série. "Jogar contra o Flamengo aqui é complicado, nossa defesa não encaixou e eles jogaram o tempo inteiro na frente do placar, com mais confiança para atacar. Agora vamos jogar em casa, com o apoio da nossa torcida. Esse time já provou que é possível reverter situações e vamos acreditar sempre", disse o ala-pivô Jefferson, um dos destaques da equipe de São José no NBB.
Vale lembrar que a Águia do Vale conseguiu grandes viradas nesta temporada. Nas semifinais do Campeonato Paulista, o time estava perdendo de 2 a 0 para Bauru e reverteu a série de forma brilhante, fechando em 3 a 2. Nas quartas do NBB, os joseenses perdiam por 2 a 1 para o poderoso tricampeão Brasília e viraram com uma atuação de gala no jogo cinco, em pleno Nilson Nelson.
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