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Bala na Cesta

Zanon começa bem e sinaliza renovação em sua primeira convocação na seleção feminina

Fábio Balassiano

27/04/2013 12h20

Zanon (foto) convocou ontem a seleção brasileira feminina pela primeira vez. E convocou muitíssimo bem (meus sinceros parabéns a ele!). Foi para dois amistosos contra o Atlanta Dream e o Washington Mystics, da WNBA (em 13 e 15 de maio), e o treinador optou por começar seu trabalho (até por se tratar de dois amistosos) com uma renovação tão pedida, tão necessária, tão urgente na modalidade. São 14 meninas com média de idade de 22,6 anos e boa estatura (1,80m de média).

Os treinamentos para estes dois jogos serão em Americana entre os dias 1 e 11 de maio. Depois, a seleção (obviamente com um time mais experiente, com atletas mais rodadas) jogará o Sul-Americano na Argentina, 23 a 27 de julho, e a Copa América no México, de 23 a 29 de setembro (absurdo a CBB não conseguir trazer um torneio de nível pro país, mas isso é tema para outro post). Antes da minha análise vamos aos nomes:

ARMADORAS: Ariani, Debora Costa e Tainá Paixão
ALAS: Carina (Cacá), Izabela, Jaqueline, Patricia Teixeira, Joice Coelho (foto à direita), Tatiane Pacheco
PIVÔS: Clarissa, Damris, Fabiana Caetano, Franciele e Nádia Colhado

Podemos discutir um ou outro nome (não sei se teria levado Jaqueline ou Izabela, já tão testadas em outras seleções e sem grandes aparições assim), mas o conteúdo, a filosofia não tem como não aprovar. Só um maluco, um alienado ou alguém mais chato que eu (não sei se existe isso) criticaria a convocação feita por Zanon (e é bom lembrar que outras jovens, como Izabella Sangalli e Isabela Ramona, estão com a seleção Sub-19 e não puderam ser chamadas dessa vez).

Fico feliz de ver que algo que peço aqui (relembre o que escrevi no final do ano passado, inclusive com nomes que estão na convocação de ontem) esteja sendo colocado em prática agora. Não por fazerem o que acho, mas porque era algo muito urgente, muito necessário. Que Zanon siga com esta filosofia de renovação, dando espaço às mais jovens e treinando alucinadamente como tem feito em Americana há três anos. Só assim a modalidade vai sair da draga em que se encontra (com meninas experientes absolutamente acomodadas em sua zona de conforto e com as mais jovens sem esperança de ter espaço para jogar – seja em clube ou em seleção).

O basquete feminino precisa de novas caras – e que essas novas caras tenham oportunidade de mostrar o talento que elas certamente têm. E que a CBB dê a seu treinador (e a estas jovens meninas também) o respaldo necessário para jogar, evoluir, perder o quanto for neste ciclo olímpico até o Rio-2016. Se for para evoluir, se for pra perder, que seja agora. Sem pressão por resultados, mas sim pensando na evolução, no desenvolvimento de uma geração talentosa e que pode, caso seja bem trabalhada e investida, dar resultados em pouco tempo.

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