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Bala na Cesta

O fim da temporada do Basquete Cearense - crônica do Correspondente Thiago Carvalho

Fábio Balassiano

27/04/2013 16h11

Por Thiago Carvalho, direto de Fortaleza (CE)

Na noite de ontem, mais de 8000 torcedores presenciaram algo histórico no Paulo Sarasate, em Fortaleza. Um jogo de vida ou morte. Era vencer ou ir pra casa. Foi a partida de número 5 da série e a sétima envolvendo os dois times na competição (isto é, ambos já se conheciam bem). Logo, não haveria mais o fator surpresa, certo? Errado! O treinador Gustavo De Conti inovou arriscando uma defesa por zona durante os 40 minutos e acabou sendo feliz na parte defensiva, na vitória do seu time por 69-68, conquistada literalmente no segundo final.

Basquetebol é um dos esportes mais incríveis e por isso costuma ser apaixonante e fascinante. Não a toa, muitos dizem que a modalidade é comandada pelo Capeta de tão cruel que ela pode ser. Nunca irei esquecer essa célebre frase após o ótimo Lula Ferreira me dizê-la quando esteve com o Franca por aqui.

Basquete Cearense e Paulistano protagonizaram uma partida bem nervosa, a flor da pele. Todos queriam fazer história indo pela 1ª vez às quartas-de-final do NBB. Por isso, o jogo não foi dos melhores tecnicamente. O desgaste, que já era visível, aliado a pressão proporcionou um dos confrontos mais dramáticos da história do basquete nacional.

Pode-se dizer que não faltou raça, determinação e superação em nenhum jogador. Quem passasse de fase, mereceria. O Paulistano errou menos e logrou sucesso. Na minha opinião, o time paulista mostrou mais variação tática no ataque, enquanto o time fortalezense se apegou muito nos chutes de longa distância. Ao final do jogo, todos do Basquete Cearense estavam bem desolados e tristes. Confesso que me emocionei.  Foi o fim de um ciclo, mas tenho certeza que é um começo de uma era no basquete local, no basquete do nordeste. O projeto é bom, está sendo bem trabalhado e a tendência é o time cearense vir mais forte na próxima temporada.

O esporte é uma das coisas mais belas que existe (costumo dizer que é tudo na minha vida). Nele, aprende-se a ganhar e a perder, onde você adquire tantos outros valores. E ontem foi mais uma lição para muitos de nós presentes no ginásio.  Apesar do clima de velório após a partida, foi muito bacana, mas muito mesmo, ver tanta gente aplaudindo o time do Alberto Bial. Simplesmente gratificante e recompensador.

Gostaria de agradecer ao Fábio Balassiano pelo espaço e pela oportunidade de evoluir como jornalista e até mesmo como pessoa. Pude trabalhar durante 4 meses 'in loco', conhecer de perto jogadores, técnicos e árbitros que eu só via pela TV e admirava bastante. E admiro ainda mais. Todos sabem que não é fácil fazer basquete no Brasil, mas tenho fé e convicção de que tudo vai melhorar, mesmo a passos lentos. Vejo um futuro promissor com cada vez mais pessoas sérias e competentes no ramo (momento super otimista, algo raro em mim).

Para encerrar, deixo um poema escrito pelo pensador Douglas Alves Bento:

"Que esporte espetacular
Que jogo com minha mão
Pra guiar a bola e mirar
Acertar com tanta precisão

A tabela pode estar quebrada
Que não importa nessa hora
E a quadra toda encharcada
Que não me faz ir embora

É preciso criatividade
Sem contar na agilidade
Tem que ter capacidade
Superando a dificuldade

Bom ou ruim podem jogar
Não precisa de aptidão
Podem errar ou acertar
Basta jogar com coração

Não é por profissão
Nem por dieta, regime
É por simples diversão
Esse jogo tão sublime

Quero mais é arriscar
Sem meu medo de errar
Quero mais é acertar
Sem que aja um placar

Seja vitória ou derrota
O que vale é a paixão
Mas sempre tem uma nota
Pra nossa apresentação

Quando passa algum tempo
Vejo-me casado demais
Este é meu passatempo
Que faz os dias legais"

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