Topo

Bala na Cesta

Pinheiros vence Lanús, conta com derrota de Brasília e é o campeão da Liga das Américas

Fábio Balassiano

12/04/2013 23h40

Foi uma aula de basquete, uma aula de basquete mesmo. Em jogo válido pela segunda rodada do quadrangular final da Liga das Américas o Pinheiros marcou muito bem, atacou com consciência e consistência, usou sua melhor arma (Rafael Mineiro, autor de 20 pontos e 9 rebotes) e manteve a cabeça no lugar nos momentos mais difíceis. Jogou o basquete na sua essência, trocando passes (18 assistências em 25 arremessos convertidos), errando pouco e alucinando o time argentino do Lanús no sufocante período final em que fez 27-14 para vencer o rival por 82-66 (Marcio Dornelles, um dos mais injustiçados jogadores de sua geração, esteve brilhante na marcação e no ataque, com 20 pontos!). Foi uma exibição magnífica, provavelmente a melhor de um time brasileiro contra um hermano nos últimos anos.

Com isso, os pinheirenses teriam que torcer pelo dono da casa Capitanes de Arecibo vencer Brasília para ficar com a taça inédita de campeão continental. E foi isso que aconteceu. O Capitanes começou bem, caiu um pouco mas manteve a liderança no placar o tempo inteiro, vencendo os brasilienses por 88-74, dando o título da Liga das Américas ao Pinheiros, que estava todo ali na arquibancada para comemorar uma incrível e justa conquista.

Meus sinceros parabéns ao Pinheiros, clube excepcional e um dos maiores formadores de atletas do país (referência e modelo a ser seguido), a Cláudio Mortari, o treinador que soube segurar um pouco a onda ofensiva e dar mais atenção a defesa nos últimos tempos, a João Fernando Rossi, diretor de esportes olímpicos e um dos maiores apaixonados por esporte que eu conheço, e aos atletas, que jogaram muita bola ontem contra o Capitanes e hoje contra o Lanús para conquistar um título inédito para a agremiação.

É um prêmio justo a quem tão bem investe no basquete, a quem trabalha de forma organizada, séria e digna no esporte brasileiro e a quem sempre acreditou nessa mudança de mentalidade do basquete brasileiro (através da criação do NBB). O Pinheiros colhe, hoje, o que planta há cinco, seis anos. Um trabalho sem sobressaltos, sem investimentos alucinantes, com responsabilidade, com seriedade. Nem sempre dá resultado rápido, mas quando ele vem dá pra ver que veio por conta de uma palavrinha mágica e tão pouco em moda no Brasil: planejamento.

Parabéns ao Pinheiros, clube centenário e sério pra caramba!

Sobre o blog

Por aqui você verá a análise crítica sobre tudo o que acontece no basquete mundial (NBB, NBA, seleções, Euroliga e feminino), entrevistas, vídeos, bate-papo e muito mais.