Balanceado, Pinheiros vence Flamengo e mostra que está pronto pros playoffs do NBB
Aparentemente foi um grandíssimo jogo de basquete em São Paulo na noite de ontem. Duda, que entrou no lugar do lesionado Vitor Benite, saiu-se com 36 pontos (oito bolas de três pontos, coisa incrível!), Caio Torres obteve 18 pontos, Olivinha apanhou 14 rebotes e Kojo conseguiu 15 pontos. "Lendo" esses números você pode ter a noção que o Flamengo venceu mais uma no NBB, né. Mas, não, não foi isso que aconteceu. Jogando em casa, o Pinheiros viu Shamell conseguir uma cesta no último segundo para vencer um difícil rival por 93-91, chegar a terceira vitória seguida e a sexta nos últimos sete jogos (campanha de 22-10) antes de decidir sua sorte no G4 contra Franca e Uberlândia fora de casa nas duas rodadas finais.
E o que isso tudo quer dizer? Que o time da capital paulista, que chegou às últimas três finais estaduais e que nesta temporada já jogou o Final Four da Liga Sul-Americana e está qualificado para o quadrangular decisivo da Liga das Américas, vem com tudo para os playoffs deste NBB (sobre a questão do calendário, algo a se pensar: serão mais de 70 jogos nesta temporada para o Pinheiros, muita coisa). Para se ter uma ideia de força do time de Cláudio Mortari, ontem o Pinheiros teve cinco jogadores com dez ou mais pontos e no campeonato tem o quinteto Joe Smith, Paulinho, Shamell, Márcio (que, aliás, anulou Marquinhos nesta segunda-feira – 1/11 e quatro erros) e Rafael Mineiro cada vez mais entrosado.
Mas não é só isso, não. O time, que venceu três dos quatro duelos contra Brasília e Flamengo, dois dos bichos-papões do NBB (só perdeu do rubro-negro no Rio de Janeiro), é o que mais acerta bolas de três por noite (são 10,7 conversões em 26,7 tentativas por jogo, com 40,2% de aproveitamento e 26,7 tentativas), o que tem melhor percentual de dois pontos (58,4%, embora estranhamento o clube seja o que menos tente de perto, com 33,2 por partida) e conta com um elenco recheado de opções para Mortari (Araujo, Bambu, Fiorotto e Morro fazem a rotação no pivô, enquanto que Fernando Penna e o menino Lucas Dias comem minutos na ala e na armação).
O Pinheiros não joga um basquete que me agrada muito (ninguém aqui joga, para ser sincero e justo), mas faz exatamente o que o basquete brasileiro "pede" para que se vença por aqui – chuta muito, e bem, de três pontos, aproveita a leseira defensiva que há nos jogos daqui e pontua com consistência e facilidade perto da cesta e tenta não concentrar o jogo em uma estrela só (como foi nas últimas temporadas diga-se de passagem). Com elenco balanceado (são 16,1 assistências por jogo, quarto melhor índice do NBB, e dez jogadores com 11 ou mais minutos por noite) e uma estrutura fora do comum, pode, sim, chegar longe (na edição passada morreu no quinto jogo, em casa, contra o campeão Brasília).
Pode ser que falte um pouco da malícia do Brasília, a vibração da torcida do Flamengo ou a explosão de um Murilo no garrafão, mas o Pinheiros, que tem chegado bem em todas as competições que tem jogado (Liga Sul-Americana, Liga das Américas, Interligas e NBB), prova que planejamento, estrutura e paciência acabam dando resultado. E vale lembrar o que Rafael Mineiro (foto à direita) me disse logo após a derrota contra o rubro-negro aqui no Rio de Janeiro: "Ainda não tivemos o time completo muitas vezes nesta temporada. Quando tivermos seremos fortes, disso temos certeza". E agora, quase completos (Morro ainda está voltando), o Pinheiros é realmente fortíssimo.
Será que o time da capital de São Paulo pode chegar a uma inédita decisão do NBB neste ano? Comente!
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