Em jogo fraco, Sport-PE bate Americana em São Paulo e se aproxima do titulo da LBF
Não foi um um bom jogo de basquete o que vi no Centro Cívico ontem (acho que ninguém em sã consciência dirá isso). Mas mesmo assim o invicto Sport/PE bateu Americana fora de casa por 54-44 em um jogo de 98 pontos para abrir 1-0 na final da LBF e se aproximar do título.
Acho que só os "98 pontos" ali já falam por si só, não? Foi uma partida bem disputada, física até (ótimo), mas mal jogada e serviu como um espécie de síntese do basquete brasileiro (masculino ou feminino) que tem sido jogado aqui nos últimos 15 anos: muita vontade, nervosismo, excesso de tiros tortos de três pontos (foram 28 tentativas e apenas três acertos), erros de fundamento em profusão (28 em 40 minutos contra 24 assistências – ou seja, mais desperdício de bola do que passe pra cesta) e uma correria alucinante, desenfreada (já falei isso aqui, mas a impressão que me passam é que quando passa do meio da quadra não pode mais respirar).
No primeiro tempo, Zanon levou vantagem quando colocou Karen e Ronneka para frear Adrianinha e sua fúria ao cesto. Deu certo, e o potente ataque do Sport fez apenas 20 pontos no mesmo número de minutos.
Na segunda etapa, quando Americana ameaçou abrir o momento crucial do jogo. A norte-americana Alex (cestinha ao lado de Clarissa com 17) voltou na mesma hora que as donas da casa começaram a marcar por zona. Não deu certo para Americana, que viu Alex anotar 8 pontos seguidos (duas bolas de três pontos) para iniciar a virada do Sport, que passou a comandar o placar com tranqüilidade (nos 20 minutos finais fez 34-18) para vencer por 54-44.
Sobre Americana, duas coisinhas: Clarissa foi brilhante com 13 pontos no primeiro tempo (não fosse ela e seu time não teria feito 25…), mas na segunda etapa teve quatro desperdícios de bola (um deles quando tentou quicá-la por quase 20 metros). Karla, cestinha e melhor jogadora do time na competição, teve 0/8 e terminou com apenas 1 ponto (não é normal isso, obviamente).
Ganhou o Sport-PE, que deve acabar ficando mesmo com o título da LBF, mas o que vi hoje em Americana esteve longe de agradar. Em termos técnicos, Zanon viu o que o aguarda na seleção brasileira. E o basquete feminino brasileiro viu o que tantos anos de descaso acabam gerando – pobreza técnica, fundamentos esquecidos e vícios adquiridos.
Foi lindo ver o ginásio do Centro Cívico cheio, mas para o basquete feminino voltar a ser grande o trabalho precisa ser muito, muito forte – e pra já. Parabéns ao Sport e a Americana, que lutaram bravamente, mas esperávamos mais de uma decisão de campeonato com cinco jogadas que foram às Olimpíadas de Londres.
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