Topo

Bala na Cesta

Lakers perdem do Wizards, e constatação é uma só: com ou sem playoff o time é uma farsa

Fábio Balassiano

23/03/2013 03h09

Não vi o jogo todo, mas não creio ser preciso pra fazer este texto. O Los Angeles Lakers abriu 35-19 no primeiro período contra o Washington Wizards (vou repetir: contra o Washington Wizards, que tem 25-43 na temporada) no jogo que marcou as voltas de Kobe Bryant (21 pontos, 11 assistências e quatro rebotes) e Pau Gasol (2/10 e quatro pontos). O time tinha tudo pra vencer e abrir ainda mais vantagem contra o Utah Jazz na briga pela oitava e última colocação do Oeste, né.

Mas aí o que aconteceu? As velhas falhas defensivas vieram, a concentração foi pro escambal na volta do intervalo (31-17 pro Wizards), John Wall deitou na defesa angelina (24 pontos e 16 assistências, seu recorde pessoal de passes), Nenê (15 pontos e cinco rebotes) foi decisivo contra Dwight Howard nos últimos minutos e os Wizards (coça o olho que é sério) venceram por 103-100 no Staples Center (Kobe Bryant ainda teve a chance de empatar na bola final, mas não foi feliz).

Nem acho este time do Washington tão ruim assim com John Wall como a campanha sugere, e este mesmo time já venceu o Miami Heat, o todo poderoso Miami Heat na temporada, mas no momento em que está, brigando por vaga, teoricamente se encontrando em um campeonato horrendo que vem fazendo, o Los Angeles Lakers, agora com 36-34, não poderia perder do Wizards em casa de maneira alguma, de forma alguma. Não é só a derrota, é como veio a derrota e o que a derrota acaba trazendo (principalmente mais desconfiança contra o péssimo técnico Mike D'Antoni, que, vejam só, reclamou da atitude de seus jogadores no final da peleja – atitude, como diz um grande amigo meu, é treinamento, meu nobre…).

Virou meio questão de honra jogar a pós-temporada (principalmente depois da morte de Jerry Buss), eu sei e vejo os jogadores até se esforçando meio que por si e sem um mínimo de organização pra tentar virar o jogo, mudar a situação, mas vai chegar lá, pegar o Spurs, levar quatro sacoladas em cinco ou seis jogos e entrar de férias. Tá, beleza, mas e daí, de que vale isso? Não apaga nada das frustrações desta medíocre temporada do Lakers. Vamos combinar: não há muita diferença (a não ser financeira) entre ser eliminado em 17 de abril, quando acaba a temporada regular, ou no começo de maio na primeira rodada levando porrada do ótimo Spurs.

Com playoff (deve entrar, porque o Utah está em queda livre e o Dallas está fazendo uma força danada para não entrar na zona de classificação) ou sem playoff, porém, a constatação é uma só e bem óbvia: este time do Lakers aí é uma farsa, uma coisa nojenta de se ver em quadra. São quatro possíveis Hall da Fama jogando sem sistema, para um técnico absurdamente ruim em termos defensivos e sem uma coesão razoável de ações dentro de quadra.

Arrisco-me a dizer que este Lakers de 2012-2013 é uma das grandes vergonhas da história da NBA sem medo de errar. Não só pelos resultados de quadra, mas pelo que se esperava do time, pelo volume de confusões que houve fora dela, pela falta de capacidade da diretoria de contratar reforços para o banco de reservas (um dos piores da liga) e por fazer dos últimos anos da carreira do gênio Kobe Bryant um verdadeiro inferno (parece castigo pro coitado!).

Concorda comigo?

Sobre o blog

Por aqui você verá a análise crítica sobre tudo o que acontece no basquete mundial (NBB, NBA, seleções, Euroliga e feminino), entrevistas, vídeos, bate-papo e muito mais.