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Bala na Cesta

Basquete Cearense vacila, quase deixa a vitória escapar, mas vence Palmeiras na prorrogação

Fábio Balassiano

17/03/2013 09h25

Por Thiago Carvalho, direto de Fortaleza (CE)

Já está virando rotina para o torcedor cearense. Depois de mais um jogo em casa com alta dose de sofrimento, o SKY/Basquete Cearense derrotou o Palmeiras, na noite do último sábado no Ginásio Paulo Sarasate em Fortaleza, por 85-83 na prorrogação após o tempo regulamentar acabar em 71-71.

Com o resultado, o time cearense quebra uma sequência de quatro derrotas e ganha uma posição na tabela (11º) com 12-15, enquanto o Palmeiras segue sua sina de péssimo visitante (1-14) e permanece em 16º com 8-20. Na próxima rodada, o SKY/Basquete Cearense pega o Paulistano/Unimed, fora de casa, na quinta-feira (21). O Palmeiras, no mesmo dia, joga em casa contra a Liga Sorocabana.

Foi apenas o segundo jogo no Paulo Sarasate, justamente noutro confronto contra um clube associado ao futebol. O público deixou a desejar, bem abaixo da expectativa. Obviamente ninguém esperava um ginásio tão cheio como foi contra o Flamengo, mas o total de espectadores chegou apenas ao que costuma dar em média no Ginásio da Unifor (quase 2.000 torcedores). Vale ressaltar a presença de uma das torcidas organizadas do time visitante (cerca de 100 membros), servindo para dar uma animada no clima da arquibancada e "contagiar" a torcida local em muitas oportunidades.

O jogo

O Basquete Cearense começou imprimindo ritmo forte e aparentando muita disposição (o que acabou dando resultado posteriormente, principalmente no setor defensivo). Porém o time paulista soube manter a partida bem "truncada" e não deixou o adversário desgarrar no placar, apesar de começarem muito mal no ataque. Isso ficou nítido na distribuição dos pontos da equipe, onde apenas 2 jogadores marcaram tentos no primeiro quarto: Wiggins (6) e Marcão (4). Pelo lado do mandante, destaque para o sempre regular pivô Drudi, anotando 6 pontos e dando uma vantagem de 17-10 após 10 minutos jogados. O segundo quarto iniciou-se com um reserva vindo banco bem inspirado. O ala Jimmy anotou 7 dos seus 9 pontos no período. O time nordestino chegou a abrir 36-23 ao final do primeiro tempo, mas os visitantes conseguiram uma pequena reação comandada pelo ala Guto com 8 pontos no quarto, e terminaram perdendo por 38-29, após a equipe cearense vencer o período por 21-19.

A partida recomeçou com o Palmeiras mostrando evolução: rodando mais a bola, distribuindo e arquitetando melhor suas posses; o que permitiu que o time desse mais assistências e mais jogadores pontuassem. Resultado foi que os comandados pelo técnico Arturo Alvarez encostaram no placar (42-38). Contudo, o time fortalezense anotou 11 pontos seguidos e chegou a abrir o que seria a sua maior vantagem no decorrer do jogo, 53-38, boa parte graças ao ala-armador André com 7 pontos no quarto. Ao final do período, a equipe da capital paulista consegue uma sequência de 12-4 e fecha terceiro quarto perdendo por apenas 6 pontos (57-51).

O último período mostrou mais do mesmo do que vem ocorrendo com o Basquete Cearense durante toda a temporada. Palmeiras foi encostando, apertando a marcação até empatar o confronto em 71 pontos restando 30 segundos no relógio. O placar parcial foi de 20-14 pró-Palmeiras e não foi mais por causa dos 4 lances livres desperdiçados em momentos cruciais no final. Vale uma observação: assim como muitos que presenciaram o ocorrido, também achei falta no pivô Tiagão no último lance da partida, num chute de 3 que daria direito a 3 lances livres pros palmeirenses restando apenas poucos segundos no cronômetro.

Diferentemente do quarto decisivo, o tempo extra foi cheio de faltas (muitas delas consideradas "faltinhas" e que podiam ter sido deixadas de lado) e lances livres já que ambas as equipes tinham superado o limite de faltas. A prorrogação foi lá e cá, numa alternância na liderança após cada time ultrapassar o outro convertendo lances livres. Até que surgiu a estrela decisiva de André Goes (foto ao lad0), anotando 9 dos 14 pontos do time nos 5 minutos complementares e dando uma margem razoável de 4 pontos (83-79) no minuto final. A partir daí, restou ao Basquete Cearense jogar com inteligência e usufruir da vitória no sufoco por 85×83.

Sobre o jogo e a importância da vitória, Alberto Bial comentou: "O que esses jogadores fizeram dentro da quadra, para superar as dificuldades que se apresentaram a partir de determinado momento do jogo, foi uma coisa brilhante. Eles tiveram espírito de superação, vencer na prorrogação da maneira como foi, me dá uma alegria. Era um jogo que envolvia muita coisa, a gente sabia da nossa situação de resultados negativos e da classificação".

A respeito da melhora defensiva (cujo time havia tomado mais de 90 pontos nos últimos quatro jogos), o técnico do time cearense respondeu: "Primeiro foi uma atitude mental, que a gente foi trabalhando de uma maneira grande. Segundo foi o trabalho do (Flávio) Espiga (auxiliar técnico), que foi essencial para que a defesa ganhasse situações no jogo de 1 contra 1 e no jogo de dupla".

Para finalizar, Bial elogiou o destaque da prorrogação: "O André foi decisivo, chamou a responsabilidade pra ele, teve a frieza dos grandes jogadores e definiu numa hora que ninguém conseguia definir nos dois lados".

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