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Bala na Cesta

Via Tony Parker, Spurs iniciam série de jogos no Texas para fincar pé na liderança do Oeste

Fábio Balassiano

27/02/2013 00h50

Ontem falei aqui sobre o Miami Heat, grandíssimo favorito ao título da NBA. Mas aí você olha pro outro lado e vê que o San Antonio Spurs, aquele time que todo ano chega, todo ano incomoda, e repara que os velhinhos que jogam muito no Oeste venceram 17 das últimas 19, têm 45-13, lideram a conferência e iniciam hoje uma série de seis jogos em casa (se quiserem ir além, serão 13 no Texas nas próximas 15 rodadas). Para um time que tem 22-2 jogando em seus domínios, fica difícil imaginar que os comandados deixarão de sair como primeiros cabeças-de-chave nos playoffs, certo?

É bem por aí, sim. Para quem gosta de basquete puro, lúdico, educativo, é sempre lindo ver os Spurs, que hoje enfrentam o Phoenix no Texas, jogar. É o time que melhor "divide" a bola na NBA (são 24,8 assistências por noite do quarto ataque que mais anota com 104,5 pontos por noite e do segundo com melhor aproveitamento de arremessos no campeonato com 48,5%), um dos únicos da NBA (Denver também está nessa) que tem seis atletas com dez ou mais pontos (Tiago Splitter tem 10,5 e 5,8 rebotes, aliás) e o banco que produz mais do que 38 pontos por noite (sexto melhor índice da temporada).

Mas talvez o número mais surpreendente (até chegar aos de Tony Parker, calma), além do estupendo 1,7 de assistências/erro (o segundo melhor), seja este aqui (atenção): os Spurs lideram a NBA em pontos no quarto período com 26,5 pontos (só lembrando que Parker, Duncan e Manu é um dos núcleos mais "velhos" da parada, né).

Mas se o desempenho é estupendo por causa do coletivo, o coletivo é estupendo por causa de Tony Parker. O francês, na moita, sem fazer alarde, sem gritar para ser considerado um dos candidatos a MVP (quem pode negar isso?), tem jogado uma enormidade essa temporada. Tim Duncan, incrível, tem 16,7 pontos e 9,6 rebotes chutando 49,6%, mas é Parker quem tem ditado o ritmo para os Spurs (é sempre bom lembrar que o armador foi o único a "roubar" um dos MVP's das finais de Duncan em um dos títulos conquistados pelos texanos). No campeonato ele tem 21,1 pontos (20% a mais do que a média de sua carreira e perto do recorde de sua carreira, 22,1), 7,6 assistências, 3,1 rebotes, anormais 53,6% de aproveitamento nos chutes de quadra (nos arremessos perto da cesta ele tem 67,4% e sete pontos por noite) e 37,4% nos tiros longos. Se isso é bom, dá só uma olhada no que Parker conseguiu em fevereiro: 26,6 pontos, 8,4 assistências, quatro rebotes, 55,2% nos tiros de quadra e oito vitórias em dez jogos. Nada mal, hein!

Pode ser que falte perna, pode ser que o potencial físico do Oklahoma novamente destrua o altruísmo do San Antonio Spurs, mas com a bola que vem gastando Tony Parker é bom não duvidar de nada, não. O time tem tradição, técnico, descanso para as estrelas (Parker joga 33; Duncan, 29; e Manu, tímido pacas nesta temporada, menos de 24) e um craque cada vez mais decisivo na armação (ele tem 5,5 pontos nos últimos períodos dos jogos, o nono da NBA, e o aproveitamento de 46,6% quando o relógio marca quatro ou menos segundos em cada posse de bola).

Será que os Spurs chegam a decisão da NBA novamente? Será que Tony Parker pode ser considerado, ao lado de Chris Paul, o melhor armador da atualidade? Comente na caixinha!

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