Sobre Alex Garcia e sua ótima defesa em Marquinhos no último Brasília-Flamengo do NBB
Acabou que não deu tempo de escrever por aqui, mas não gostaria de deixar passar este post, não. Na última quinta-feira, o Brasília bateu o Flamengo por 82-70, e neste sábado chegou ao seu décimo jogo seguido vencendo no NBB. É o time mais quente da liga no momento, é o time que todo mundo teme enfrentar no mata-mata e é o time do melhor defensor do basquete brasileiro há, brincando, uns dez anos.
Falo, obviamente, de Alex Garcia, que na quinta-feira deu uma aula de defesa em Marquinhos, ala do Flamengo e até então melhor jogador do NBB (médias de 21,5 pontos, 64,1% nos tiros de dois e 40,5% nos chutes longos). O que o Brabo, como é chamado, fez com o camisa 11 rubro-negro de verdade eu não via há muito tempo.
Quinze centímetros mais baixo que Marquinhos, Alex, um ser competitivo e sério por natureza, simplesmente colou no ala do Flamengo, não dando liberdade alguma para os arremessos. O camisa 10 de Brasília o encurralou, Marquinhos não pensou duas vezes e saiu chutando pra cima (deu passos pro lado ou pra trás apenas). O resultado? Uma cesta de quadra em dez tentativas (seu pior desempenho no atual NBB), sete pontos, cinco erros e nenhuma chance de reação para seu time. O rubro-negro, é verdade, nem tentou jogar de outra forma (dribles, cortes, infiltração, post-up, picks, nada), e seu resultado foi se mantendo (até agora não entendi o motivo, mas tudo bem).
Para quem o acompanha, não é tanta surpresa assim, mas neste basquete brasileiro tão mal jogado, tão mal acostumado a apenas valorizar os pontuadores (e pontuadores que nem sempre chutam com segurança, é bom que se diga), é fundamental que público e crítica olhem um pouco melhor para jogadores como Alex Garcia, líder defensivo deste temido tricampeão Brasília, que venceu as últimas dez com Alex marcando o fino, dominando a marcação como ninguém por aqui faz (os brasilienses levaram apenas 71,4 pontos nesta sequência de triunfos).
Alex tem diminuído cada vez mais sua presença ofensiva (seus 13,8 pontos são sua pior marca na história do NBB, bem como seus aproveitamentos nos chutes de dois, 55,7%, e de três, 29,6%), mas não importa: ele é craque, e chegando aos 33 anos (completa aniversário em 4 de março) merece ser tratado como tal cada vez mais. Basquete é um jogo que não se pode dividir (entre defesa e ataque, pois ambos se completam), e ninguém aqui faz tão bem os dois quanto ele.
Que continue assim, pois ainda tem muita bola pra jogar – seja em clube, seja pela seleção brasileira.
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