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Bala na Cesta

Em jogo bastante irregular, Basquete Cearense faz ótimo 4º quarto e vence o Tijuca no sufoco

Fábio Balassiano

22/02/2013 06h54

Por Thiago Carvalho, direto de Fortaleza (CE)

A equipe do SKY/Basquete Cearense sofreu um bocado, mas derrotou o Tijuca/Rio de Janeiro na noite de ontem no Ginásio da Unifor em Fortaleza por 92-86. Com a vitória, o time nordestino segue em 10º, agora novamente com 50% de aproveitamento em 22 jogos. Já o time carioca permanece na vice-lanterna com apenas 4 triunfos em 24 pelejas.

Na próxima rodada, o elenco comandado pelo técnico Alberto Bial receberá nada mais nada menos que o líder Flamengo no Ginásio Paulo Sarasate (maior, bem maior) às 16 horas (com transmissão do Sportv). Enquanto os treinados por Miguel Ângelo da Luz jogarão contra o Brasília, fora de casa, às 16h30m do mesmo sábado no Ginásio da ASCEB.

"Foi uma vitória importantíssima, já que agora temos os dois principais clubes do país (Flamengo no sábado e Brasília na terça) pela frente. Quando há esse desequilíbrio é muito preocupante porque se fosse um jogo contra o Flamengo, por exemplo, seria praticamente irreversível, e o Tijuca chegou a abrir cinco pontos. Precisamos buscar uma regularidade, fazer com que essa alternância entre bons e maus momentos seja menor", afirmou Alberto Bial, técnico do Basquete Cearense, antes de falar sobre próximo jogo contra o Flamengo: "Imagina a minha expectativa. Venho trabalhando e visualizando esse Paulo Sarasate lotado há muito tempo".

O placar do primeiro quarto mostrou a superioridade em quadra do time cearense diante dos cariocas. Liderados pelo Felipe (10 pontos no período, e 27 e 14 rebotes ao todo – na foto à esquerda) e Drudi (7), o Basquete Cearense abriu uma boa vantagem no marcador e venceu por 24×13 mesmo com o ala americano Rashaun se destacando pelo time visitante (11 pontos no período). A partir daí a tônica do jogo foi o equilíbrio com ambas as equipes alternando bons e maus momentos. Com a vantagem obtida no 1º quarto, o técnico Bial optou por colocar jogadores que costumam ter poucos minutos de quadra (o pivô Rômulo jogou pela segunda vez apenas na competição). E a inovação parece ter funcionado na primeira metade do quarto. A equipe mandante chegou a abrir 16 pontos (38-22) e obrigou o Miguel Angelo da Luz a pedir tempo. Após a parada, os cariocas vieram dispostos a reagir e, com boa atuação do outro americano da equipe (Bishop), que somou 9 somente no 2º quarto, o Tijuca conseguiu empatar o placar parcial (20-20) e a diferença se manteve em 11 pontos (44×33).

Destaco a utilização do banco do Basquete Cearense que, já antes do intervalo, possuía 11 jogadores com minutos de quadra, além de 24 rebotes (sendo incríveis 7 ofensivos) e 12 assistências. Acredito que a intenção do Alberto Bial tenha sido rodar o elenco para não desgastar tanto seus principais jogadores, sobretudo para dar moral e confiança aos mais subaproveitados.

O confronto recomeçou com tudo para o time carioca. Enganou-se quem achou que seria fácil ou que eles desistiriam antes do apito final. Com um aproveitamento excelente dos tiros de quadra (9-12 nos 2 pontos e 3-6 nos de 3), o Tijuca não só encostou como virou o duelo pela primeira vez depois de um bom tempo (56-54 após cesta de Rashaun). E digo mais, só não foi pior pro time anfitrião porque o Rogério converteu uma bola de 3 quase do meio da quadra pra cortar a diferença pra apenas 2 pontos após três quartos (63-61 pra Tijuca com 30-17 na parcial), o que ajudou a reanimar a torcida e incendiar o caldeirão fortalezense. Destaque para o trio Wanderson (7), Bishop (9) e Renan (7), que contribuiu bastante para essa reviravolta no período em questão.

O último quarto iniciou com uma sequência de 7-0 pros mandantes, obrigando o treinador adversário a parar o jogo. Deste então, os ataques foram se sobressaindo sobre as defesas e a liderança foi mudando de lado por várias vezes até o Basquete Cearense conseguir um gás final e abrir 2 posses de bola restando menos de 3 minutos. Bem que Marcellus (cestinha do time no quarto) e companhia tentaram, mas não foi suficiente para a dupla André (foto à direita) e Felipe (11 e 10 pontos respectivamente nos dez minutos finais). Placar parcial de 31-23 e resultado final em 92×86 com ótimo aproveitamento do BC no quarto: 5 de 7 na linha de 2 pts e 4 de 5 na zona de 3, além de 9 lances livres convertidos em 11 tentados. Outra observação que faço é no baixo número de pontuadores do BC (apenas 6 dos 11 que jogaram), contra o bom jogo coletivo do esforçado Tijuca (8 pontuando dos 9 em ação).

Ao ser perguntado se esse foi O jogo de sua equipe na competição, o Miguel Ângelo da Luz respondeu: "A cada jogo é o nosso jogo da vida, principalmente daqui para frente onde ainda teremos alguns confrontos diretos contra Palmeiras e Suzano (ambos no Rio de Janeiro). E não tem jeito, é vencer estes jogos e pelo menos mais dois. A nossa defesa está entre as 8 melhores do campeonato. O problema é o nosso ataque, que tem média de pouco mais de 60 pontos". Sobre os próximos jogos (Brasília, Bauru, Liga Sorocabana e Flamengo), ele me disse: "Só tem pedreira, o time não pode entrar derrotado, tem que ter outra postura, assim como nós fizemos neste segundo tempo".

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