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Bala na Cesta

Sucesso em quadra, Flamengo tem o quarto maior público médio do NBB - veja números!

Fábio Balassiano

07/02/2013 00h02

Que o Flamengo é o time da moda no NBB ninguém discute. Vinte jogos e vitórias, MVP da fase de classificação (Marquinhos), melhor técnico (José Neto) e cinco atletas para o Jogo das Estrelas do NBB (leia mais aqui).

Mas como será que isso tem se refletido em público? Consultei a assessoria da Liga Nacional de Basquete, que me forneceu dados oficiais (dados dos borderôs, o controle que é usado, portanto), e para minha surpresa o Flamengo não lidera nessa estatística.

Com média de 1.539 torcedores por partida, o rubro-negro é superado pelo estreante Basquete Cearense (1.852), pelo tradicional Franca (1.872) e pelo Mogi, líder de público no NBB5 com 2.206 pessoas por peleja – isso que o time tem apenas seis vitórias em 20 partidas, hein! Em relação ao primeiro turno da temporada 2011-2012, o clube carioca tem quase o dobro de público (foram 884 por jogo no campeonato passado).

Aqui, aliás, cabe uma observação importante. Quando olhei os números, custei a acreditar. E se duvidei simplesmente é pelo fato de estar frequentando o Tijuca a cada sábado e vendo que a torcida do Flamengo tem lotado o ginásio Alvaro Vieira Lima, que tem capacidade oficial de 4,5 mil pessoas. Para quem viu, duas ou três vezes, a porta do Tijuca ser fechada porque não cabia mais nenhuma mosca ali dentro verificar que o clube de melhor campanha do NBB não tem colocado (ao menos na prática do borderô) 50% da capacidade total é uma enorme surpresa, confesso. São dados oficiais, porém, e eu não posso contestá-los embora ache estranho que o clube venda apenas 50% da capacidade total do ginásio.

Falei com a assessoria do Flamengo, que me disse que "sobre a questão do público, os números oficiais estão nos borderôs", mesmíssimo argumento usado pela Liga Nacional. Atualização do post às 10:00: a LNB confirma que os dados de público são de PRESENTES, não apenas de PAGANTES (ou seja, pagantes + convidados).

No geral, o NBB5 tem média de 905 pagantes, o que representa um crescimento de menos de 10% em relação à fase de classificação do NBB4 (835 por jogo – no turno, 803 em 2011/2012). Ou seja, o basquete brasileiro em média não é visto por 1.000 pessoas no ginásio a cada rodada (veja a primeira tabela logo abaixo). Número baixíssimo sem dúvida alguma, e que nem de longe tem a amplitude que a gente deseja, esperava ou gostaria (para piorar as coisas, o crescimento praticamente anda de lado do ano passado pra cá – ou seja, não houve crescimento significativo algum para a modalidade).

 

Vamos aos números completos por equipe neste primeiro turno (clique para ver a imagem ampliada):

Meus comentários sobre os dados oficiais:
1) Os números do Tijuca estão "bombados" porque quase sempre o clube divide o ginásio com o Flamengo (o que acaba contando pro seu público também).
2) Não surpreende, mas chama a atenção que os três principais clubes sociais do NBB estão no final da tábua de público. Minas, Pinheiros e Paulistano têm bons times, mas não conseguem refletir isso em público nos ginásios.
3) Mogi merece os parabéns, de verdade mesmo! Grande cidade para o basquete. Merece ter vida longa.
4) Mesmo com campanha pífia, o Palmeiras tem média bem razoável para um time ruim, com campanha ruim e em primeiro ano. Não é tão ruim a média de público, não.
5) Franca tem crescimento de 800 pagantes em relação à temporada passada, prova que o torcedor voltou a confiar na equipe.
6) Chama a atenção a queda de Joinville. Confesso que ver menos de 400 pessoas por jogo na estatística oficial foi um choque pra mim.
7) Atual tricampeão do NBB, o Brasília tem a sétima maior média de público. O preço do ingresso (R$ 30/jogo) ajuda a explicar a posição. Para uma modalidade que precisa voltar a crescer, porém, é uma péssima decisão.
8) Enquanto os clubes ficarem parados em termos de comunicação, atração de clientes/torcedores e ações efetivas de marketing os números acima não vão subir. E não adianta culpar a televisão por isso. TV é meio, e não começo nem fim.

E aí, o que acham destes dados? Confere com o que vocês têm visto nos ginásios? O basquete anda mal das pernas, não?

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