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Bala na Cesta

Brunoro assume cargo no Palmeiras, e (acredite) fala em conciliar trabalho na Confederação

Fábio Balassiano

24/01/2013 10h30

"Caros, Palestrinos! Voltei para a Sociedade Esportiva Palmeiras. Amanhã (hoje) será a minha apresentação!". Foi com esta frase que José Carlos Brunoro anunciou em seu Twitter que está de volta ao Palmeiras. Ainda não se sabe exatamente qual o escopo total de seu trabalho, mas de acordo com reportagem aqui do UOL (leia aqui) o "diretor-executivo tem a missão de comandar a profissionalização de departamentos do futebol, esportes olímpicos e marketing".

Mas o ponto que chama a atenção pra mim é justamente (e isso bate com o que havia escrito aqui ontem mesmo) uma possível conciliação entre seu trabalho de Consultor Técnico na Confederação Brasileira e sua nova função no Palmeiras. Vejam o que ele disse ao UOL: "Não vejo nenhum problema (em conciliar). É a minha empresa que realiza trabalhos para a CBB. Eu nem preciso estar presente. Vamos continuar".

Tipo assim: o ex-treinador de vôlei, que é consultor técnico da Confederação de Basketball (!!!), está dizendo que, pelo fato de sua empresa (a BSB), ter um trabalho de consultoria (juro que gostaria de entender que tipo de consultoria, mas aí é outra história) para a CBB a sua ida para o Palmeiras não impede que ele continue a "realizar trabalhos" para a entidade, é isso mesmo? Juram que eu li certo? O mundo está completamente maluco, ou o basquete está aceitando qualquer coisa ultimamente? Será que um esporte que precisa desesperadamente de crescimento pode realmente permitir que alguém receba seus vencimentos sem dedicação exclusiva (e que, segundo o próprio, nem "precisa estar presente no dia-a-dia")? Que coisa, hein!

E lá em cima, quando se lê 'esportes olímpicos', que leia-se também o seguinte: Basquete de um clube que tem time na principal competição de basquete do país, o NBB. Ou seja: Brunoro manterá a sua conta, através de sua empresa (BSB), na Confederação Brasileira e dirigirá um time que tem basquete desde a formação (base, CBB, lembra algo?) até o adulto. Que tal? Não há conflito algum aqui?

E a CBB com isso, vai falar alguma coisa? Presidente Carlos Nunes, o senhor vai aparecer dessa vez? O senhor e sua Confederação vão continuar permitindo que um funcionário da entidade siga tratando o basquete como um de seus trabalhos, e não como O trabalho? Que situação deprimente, decadente, vive o basquete brasileiro, não? Choca-me bastante que a entidade máxima, clubes, dirigentes, Federações, jornalistas e atletas não esbocem sequer reação com uma atitude assim e que Brunoro siga esfregando na cara de todos que ainda amam este esporte quão supérfluo o basquete é em sua vida.

E a você, te parece normal essa atitude de José Carlos Brunoro? Será que dá mesmo pra conciliar Palmeiras e CBB? Comente!

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