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Bala na Cesta

Correspondente BNC: no melhor jogo do NBB, Flamengo vence Bauru após 2 prorrogações

Fábio Balassiano

23/12/2012 00h05

Por Rafael Placce, direto de Bauru (SP)

Pascoalotto/Bauru e Flamengo fizeram um jogaço, talvez o melhor desse começo de NBB, neste sábado à noite no interio de São Paulo. O jogo teve bolas de 3 caindo em quantidade absurda (22, mas dessa vez sem os jogadores forçarem os arremessos – tudo dentro das movimentações desenhadas pelos técnicos), os dois times marcando muito bem na maior parte tempo e o tempero mais importante em um jogo de basquete: emoção.

Depois de 2 minutos iniciais estranhos, com os times perdendo bolas bobas e errando cestas fáceis, as equipes se acertaram e o jogo seguiu equilibrado até o fim do 1º período, onde o time carioca saiu vencendo por 19 x 18. O segundo quarto foi de Bauru. Mesmo anotando 24 pontos, o Flamengo viu o time bauruense derrubar um caminhão de bolas de 3. Foram sete acertos em 9 tentativas em dez minutos (destaque para o ala/pivô Mosso, que veio do banco e anotou 11 pontos seguidos – 9 nas bolas de fora, virando o jogo para Bauru). Na metade do jogo, o placar era de 50 x 43 para os donos da casa.

Na volta do intervalo, o técnico José Neto, do Flamengo, pedia mais atenção na defesa de perímetro para seu time. Os jogadores até que melhoraram, mas quando a bola de fora estava marcada, Bauru contava com os cortes rápidos e arremessos certeiros de Larry Taylor e Ricardo Fischer, que aumentavam a vantagem. Fim do terceiro período: 71 x 59 favorecendo o Paschoalotto/Bauru.

Quando parecia que Bauru liquidaria o jogo após abrir 17 pontos de vantagem, o Flamengo iniciou uma reação histórica. Liderados por Marquinhos, o rubro-negro carioca baixou a vantagem bauruense para três pontos, faltando pouco menos de 4 minutos para o final. Com duas bolas perdidas no ataque por Pilar e Larry, o Flamengo chegou ao empate faltando 9 segundos para o fim. Ricardo Fischer ainda teve a chance de ganhar o jogo na última bola, mas ela não caiu – 86 x 86 e prorrogação.

No primeiro tempo extra, nenhuma equipe conseguiu desgarrar no placar. Caio Torres, que foi o melhor jogador rubro-negro no período, também foi o vilão. O pivô recebeu a bola no poste baixo (low post) para ganhar o jogo contra Ricardo Fischer, que não tinha condição de marcá-lo, mas acabou cometendo falta boba de ataque – 92 x 92 e mais uma prorrogação.

Bauru começou muito mal, levando o técnico Guerrinha a perder a paciência com Larry durante um tempo técnico, o que é muito difícil de acontecer. Mas o fato é que o gás de Bauru já tinha acabado e coube ao Flamengo administrar até o fim da partida. Final: Paschoalotto/Bauru 97 x 102 Flamengo. Sétima vitória seguida do rubro-negro, que mantém a invencibilidade e fecha o ano com ótima sequência no NBB.

Como comentei no começo, foi um jogão. É lógico que as duas equipes erraram, mas tiveram muitos acertos também. O Flamengo segue invicto e a uma vitória de igualar o recorde de Brasília, com 8 vitórias seguidas no inicio da competição. Já Bauru encontrou uma pedra no caminho de sua busca pela reabilitação e para mostrar a torcida que o investimento feito para essa temporada não foi em vão. O bom público que compareceu ao ginásio Panela de Pressão foi embora dividido. Parte da torcida vaiou, a outra aplaudiu (talvez satisfeitos pelo grande jogo que assistiram).

As frases dos personagens:
"É um jogo que a gente tinha que ganhar e recuperar uma derrota (em casa pra Franca, que não estava na conta). Não faltou perna, faltou inteligência. Não podemos perder jogo assim em casa. Mas ainda tem muita coisa pela frente. Faltou cabeça só", Fernando Fischer, ala de Bauru.

"Se tivéssemos vencido, teríamos quebrado o último invicto. A equipe jogou certo e errado, bem e mal. Poderíamos fechar o jogo por tudo o que fizemos. Não se pode cometer esse tipo de erro diante de uma equipe tão forte, mas os jogadores foram brilhantes e voltaram a jogar de igual para igual diante de um time top. Ninguém fica feliz com a derrota, mas nosso caminho é tentar melhorar, trabalhar esses jogadores em quem a gente acredita. Tem gente que pega tudo pronto. Nós, não. Temos que lapidar o que temos aqui", Guerrinha, técnico de Bauru.

"Bauru jogou uma partida espetacular. Dificilmente alguém terá um aproveitamento parecido. O mérito da vitória foi da nossa defesa, que conseguiu parar essa verdadeira artilharia de Bauru", José Neto, técnico do Flamengo.

Destaques
Paschoalotto/Bauru: Larry (21 pontos, 8 rebotes e 5 assistências) e Ricardo Fisher ( 15 pontos e 8 assistências)
Flamengo: Benite (20 pontos) e Marquinhos (22 pontos, 8 rebotes e 5 assistências)

Fotos: Sergio Domingues/HDR Photo

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