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Bala na Cesta

Invicto, Paulistano mira sucesso no NBB5 sem esquecer da lição da temporada passada

Fábio Balassiano

13/12/2012 11h30

Conforme você leu aqui recentemente, o Paulistano abriu o NBB com cinco vitórias consecutivas, melhor marca da competição desde o NBB2, quando o Brasília teve oito seguidas. É um início surpreendente para um time que não está cotado para chegar à decisão, mas cujo comando técnico de Gustavo de Conti (foto) é elogiado por quase todo mundo que acompanha o basquete nacional. Nesta noite, o time da capital coloca sua boa fase e a sequência invicta à prova contra o Minas (às 20h, em seu ginásio).

Dono do melhor índice de assistências por jogo no NBB (são 18,2 por noite, ou 54,8% dos arremessos convertidos vindo através de passes), do ataque mais positivo (88 por jogo) e da melhor tábua da competição (o time lidera com 39 rebotes e tem incríveis 13,6 segundas chances por peleja), o time mais eficiente da liga (109,2) tem seis jogadores com 8,5 ou mais pontos e nove atuando por 12,5 ou mais minutos, prova de que a rotação de Gustavo, que sabe que não possui um elenco estelar, tem funcionado muitíssimo bem sem, necessariamente, privilegiar a ninguém (entre os cinco primeiros com mais pontos e eficientes não há ninguém do Paulistano). Destaques individuais para o norte-americano Steven Toyloy (jogando de cara feia, ele tem 16,4 pontos e 7,4 rebotes de média, mais do que o dobro do que ele havia conseguido em Limeira, sua última equipe por aqui), Manteiguinha (15,6 pontos e 5,2 assistências – crescimento de 50% em relação à 2011/2012).

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"Este começo de campeonato não nos surpreende, mesmo porque ainda não fizemos nada de extraordinário. Demos sorte com a tabela, pois temos 6 dos 7 primeiros jogos em casa, e estamos fazendo a nossa parte, por enquanto. Acho que Franca, por exemplo, que venceu adversários duríssimos como Bauru e Sorocaba fora de casa, tem campanha mais importante que a nossa nesse início de NBB. Poderemos ter uma noção melhor da nossa força daqui a 5 ou 6 rodadas, e quando todos tiverem o mesmo número de jogos realizados", afirmou Gustavo de Conti, o técnico do Paulistano, ao blog.

Mas nem tudo, claro, são flores para o Paulistano. No ano passado, o time teve sete vitórias nos nove jogos de 2011. Visado e seguido de perto por rivais, principalmente depois da acachapante vitória contra o Brasília (120-93 naquele que viria a ser o campeão da temporada com 40 pontos do paraguaio Araujo), Gustavo de Conti viu o rendimento de sua equipe cair (em 2012 foram dez vitórias em 19 jogos e a campanha de 17-11 na fase regular). A dúvida, agora, é saber se, com um elenco mais experiente a lição foi aprendida.

"O NBB5 está muito mais forte e equilibrado, com mais equipes, mais estrangeiros, mais investimento das equipes. Por isso essa oscilação é natural para as equipes intermediárias, como é a nossa. Nesse aspecto o nosso início até aqui tem sido importante. Seguir evoluindo realmente é o nosso desafio para conseguir boa colocação na fase de classificação e chegar preparado para vencer nos playoffs", acredita Gustavo.

Do meu canto, espero que o Paulistano continue a jogar seu bom basquete, principalmente pelo fato que, por aqui, qualquer melhoria tática (por menor que seja) pode significar um avanço de vitórias e derrotas absurdo (por causa do nível baixíssimo, qualquer time que jogue razoavelmente bem tem chance de ir longe, bem longe). Será que o tradicional clube da capital, agora com um núcleo mais experiente (Toyloy, Wagner e Manteiguinha para escorar Pedro, Renato, Elinho, Eddy etc.) consegue ir longe?

"Temos uma média de idade de 25 anos, e diria que os meninos crescem a cada ano. Somos uma equipe que tem entre os 12 jogadores, cinco campeões juvenis, e isso me orgulha muito. Me orgulha muito também o fato de conseguirmos resgatar jogadores que estavam esquecidos em outros clubes, e fazê-los atuar bem próximos de seus limites ou tendo melhores temporadas na carreira. Quanto a classificação, nosso planejamento é feito por blocos de 4, 5 jogos. Pensar em acabar o NBB5 à frente de equipes como Flamengo, Brasilia, Pinheiros, São José, Uberlandia, Bauru, Ceará e Minas (que têm altos investimentos) seria demais pra nós. Buscamos estar à frente das equipes mais parecidas com a nossa em termos de investimento, e terminar entre os 8 primeiros já seria um resultado excelente, mas até maio muita coisa vai acontecer, e treinamos todos os dias pensando em chegar bem longe", finaliza o exigente treinador.

 

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