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Bala na Cesta

Em crise técnica e de identidade, Lakers começam hoje série de jogos fora de casa

Fábio Balassiano

11/12/2012 00h24

Magic Johnson estava revoltado depois da partida em que o seu Los Angeles Lakers perdeu, em casa, para o Utah Jazz no domingo por 117-110 (levar 117 pontos do Utah, um ataque que faz 101 por noite, é dose!). Perguntaram a ele o que faltava aos angelinos para enfim estrear na temporada, e o maior ídolo da história da franquia foi seco. Respondeu com quatro palavras: "Paixão e Derek Fisher".

Entendo o que Magic, ídolo de infância deste blogueiro aqui, quis dizer e quem sou eu pra discordar. É óbvio que há um problema de identidade (ou paixão, como ele quer) em um time que já trocou de técnico no campeonato, perdeu quatro dos últimos cinco jogos (dois em casa) e tem a medíocre campanha de 9-12 (para quem, como Metta World Peace, queria bater a campanha de 72-10 do Chicago Bulls, acho que está bem diferente, não?). Mas não é só isso, claro, e não acho cedo pra traçar este tipo de análise, não (alô, já são 21 partidas, 1/4 da competição!).

No final do jogo passado, Kobe disse que o ataque do time evoluiu (fato), mas que a defesa voltou a ser uma peneira. E ele tem razão. Contra times não mais que medianos, o Lakers levou 100 ou mais pontos em quatro dos últimos jogos (só conseguiu ficar longe da centena contra o New Orleans, uma baba terrível). Admira-me muito que Mike D'Antoni, técnico experiente, não tenha aprendido que sambas de uma nota só fazem sucesso apenas na voz de Tom Jobim.

Jogar basquete apenas com a cabeça no ataque e o acelerador no pé não dá resultado, não se vai longe – além do mais com jogadores lentos, já passando dos 30 anos, como é o elenco angelino. Se o cara não percebeu isso até agora, é melhor abrir o olho. A paciência da torcida que até hoje canta o nome de Phil Jackson nas cadeiras do Staples Center não vai durar muito mais, não.

Hoje o Los Angeles Lakers inicia uma série de quatro jogos no Leste (a estreia da "turnê" será contra o Cleveland, de Varejão, às 22h de Brasília). Depois de Ohio, paradas em Nova Iorque (Knicks), Washington e Filadélfia. Não dá pra dizer que se perder Kobe Bryant e seus companheiros se afundam de vez porque o campeonato é longo. Mas, com exceção dos Knicks, são adversários fáceis e ótima oportunidade de "zerar" a campanha antes do Natal.

Um pouco mais de paixão, como disse Magic Johnson, não faria mal aos angelinos. Será que dessa vez vai?

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