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Bala na Cesta

Com Flávio Davis, Minas usa planejamento de ponta para manter excelência na formação

Fábio Balassiano

11/12/2012 15h23

Continuando a contar um pouco da minha visita ao Minas Tênis Clube, chegou a hora de falar sobre o ótimo trabalho de base feito pelo clube da capital mineira. Não sei quem daqui conhece a agremiação, uma das mais tradicionais do país, mas vale a pena contar um pouco.

Fundado em 15 de novembro de 1935, o Minas tem 73 mil associados (um dos maiores números do país) e quatro unidades. Ao todo são 70 empresas parceiras  e faturamento de cerca de R$20 milhões/ano, incluindo cerca de R$7 milhões em aportes a projetos aprovados na Lei de Incentivo ao Esporte. Na semana passada, o clube abriu o Teatro Bradesco, e agora poderá investir também em cultura, aumentando ainda mais a sua área de atuação.

No sábado eu tive a sorte de acompanhar o Dia do Atleta, cerimônia anual em que todos os atletas do clube (da base ao profissional) são homenageados e premiados por seu esforço e dedicação ao Minas. Foram cerca de 1.500 atletas que passaram pelo Minas Náutico e foi realmente muito bom acompanhar a festa. Nomes importantes do esporte, como o judoca Luciano Correa, estiveram lá.

Voltando ao basquete, encontrei um clube absurdamente organizado e empolgado com a modalidade – e com todas as ações passando pelas cuidadosas e estudiosas mãos de Flávio Davis (em meia hora de papo ele cita John Wooden, Phil Jackson, Coach K, entre outros, o que é ótimo). Assistente-técnico da seleção adulta masculina nos tempos de Lula Ferreira e ex-técnico do time adulto do Minas, ele agora é o responsável pela divisão de base do clube (seu cargo tem o nome de "Técnico Principal da Base", algo como Coordenador Técnico das categorias inferiores).

São cerca de 300 atletas em todas as categorias do pré-mini ao Sub-22 (alguns vivem em uma simpática República muito organizada a menos de 300m do clube), e em todas há um calendário de treinamentos a ser seguido desde o começo do ano. Chega a ser inacreditável, mas tudo o que é feito em quadra é documentado, filmado, analisado e devolvido ao atleta para se desenvolver (há, também, um departamento de Ciência muito bem paramentado para dar ao atleta o máximo de informações). Cheguei a brincar com o Flávio dizendo que ser técnico do Minas, hoje, chega a ser até fácil, já que há uma filosofia que é implantada desde a base até o adulto – ele riu. De janeiro a dezembro, técnicos, atletas e coordenadores da divisão de base sabem exatamente como e o que será feito com os atletas.

Em nossas conversas, Flávio me disse que o título com meninos de até 12 anos conquistado este ano no Sul-Americano em Novo Hamburgo (RS), uma das mais tradicionais competições da base no país, foi mais prazerosa do que a conquista continental com o adulto do próprio Minas três anos atrás. É com este raciocínio que o Minas que continuar como um dos maiores formadores de atletas do país. Organizado, planejado e com uma estrutura invejável. Exemplo que deveria ser incentivado pela Confederação (digo eu!) e exemplo para os demais clubes do país.

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