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Bala na Cesta

Consultor da CBB, José Carlos Brunoro critica Eletrobrás, maior patrocinadora da entidade

Fábio Balassiano

07/12/2012 00h30

"Recebemos uma primeira proposta, respondemos à ela e agora estamos aguardando uma nova da Eletrobras, que traga melhorias em relação ao acordo atual. A parceria, nos moldes atuais, já não interessa à Confederação"

"A empresa (Eletrobrás) tem sido omissa em diversas questões que exigem o apoio de um patrocinador. Desde o começo, a Eletrobrás não mostrou apoio à nossa liga feminina e nem em outras questões importantes para o basquete brasileiro"

"O basquete do Brasil está passando por um bom período, voltando ao seu auge, com o crescimento do NBB e a recuperação da seleção masculina, entre outras coisas. Neste momento estamos precisando não apenas de um colaborador, como tem sido a base da parceria com a Eletrobrás, mas sim de um verdadeiro patrocinador. Da forma como vem sendo executada, a parceria com a Eletrobrás tem trazido problemas para o basquete brasileiro"

As declarações, publicadas no site Máquina do Esporte, acima são de José Carlos Brunoro (foto), ex-diretor de marketing da Confederação Brasileira e agora Consultor Técnico (!!!!!) da entidade máxima do basquete brasileiro. Tal qual Hortência, diretora de seleções femininas (relembre aqui), ele critica a Eletrobrás, principal patrocinadora da CBB (recebeu R$ 12,5 milhões da empresa pública em 2011, de acordo com balanço financeiro publicado este ano). Alguns pontos:

1) A notícia chegou a mim no mesmo dia que li que a Brunoro Sports Business (leia mais aqui), empresa de José Carlos Brunoro, que também é diretor executivo do Audax, time de futebol (ou seja, são três funções para a mesma pessoa que tem a coragem de dizer que o basquete brasileiro passa por um bom período – só pode ser brincadeira), intermediou o contrato de imagem do jogador Anderson Varejão com o Bradesco, coincidentemente ou não o banco também é patrocinador da CBB. Conflito de interesses ou tudo normal? Tenho dúvidas, pra dizer o mínimo…

2) Brunoro está falando sério ao chamar uma empresa do porte da Eletrobrás de omissa? É sério isso? É assim que se trata uma empresa que deposita quase R$ 20 milhões anuais nos cofres da Confederação? Que falta de delicadeza, não?

3) Estranha-me que o repórter não tenha perguntado, mas obviamente não estranha que Brunoro tenha se "esquecido" de mencionar que a Eletrobrás só deixou de pagar algumas mensalidades à CBB porque a entidade máxima simplesmente não conseguiu fechar as suas contas como deveria. Elementar, não?

4) Juro que eu queria que alguém me explicasse qual é a razão para se acreditar que, devido ao trabalho da CBB, o basquete brasileiro esteja em um bom caminho, algo que Brunoro menciona. Por favor, quero argumentos aqui, fatos.

5) É sério que Brunoro fala que a Eletrobrás tirou o dinheiro do basquete feminino como se isso fosse um crime? Alguém aqui, em sã consciência, colocaria algum mísero dinheiro em um esporte que é, hoje, absurdamente mal administrado? Ou será que ele fala isso porque o presidente da LBF é ex-funcionário de sua empresa, a BSB, e a Liga Feminina mantém estreita relação com a CBB?

Comentários, por favor, na caixinha! Confesso que tenho um pouco de vergonha quando Brunoro profere palavras assim contra a Eletrobrás.

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