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Bala na Cesta

FIBA muda calendário do basquete com eliminatórias - como ficam os clubes e atletas?

Fábio Balassiano

12/11/2012 01h56

Você leu ontem aqui no UOL que a FIBA (Federação Internacional de Basquete), através de seu mandatário Patrick Baumman, mudou um pouco os rumos do basquete mundial para os próximos anos. Para quem não leu, coloco abaixo as principais mudança, que serão colocadas em prática em 2017:

1) Depois do Mundial de 2014, o próximo será em 2019 (e não, como ocorreria, em 2018). O objetivo é evitar a concorrência do futebol no mesmo ano.
2) O Mundial terá 32 seleções, que se classificarão através da disputa de eliminatórias regionais, em jogos de ida e volta (principal mudança).
3) O período de eliminatórias terá a duração de dois anos, com seis períodos programados: para novembro de 2017, fevereiro, junho, setembro e novembro de 2018 e fevereiro de 2019. As seleções serão separadas em Divisões A e B, com grupos de três ou quatro times e critérios de acesso e rebaixamento.
4) A partir de 2017 os campeonatos continentais serão disputados a cada quatro anos. A classificação para os Jogos Olímpicos de 2020 será através do Mundial de 2019 e de quatro torneios pré-olímpicos.

Ainda não tenho opinião formada sobre as mudanças da FIBA (acho, de longe, que vai ser bacana porque se criam mais datas para que as seleções se apresentem ao público – um desejo de Rubén Magnano, técnico do Brasil, inclusive), mas há, de cara, um problema gravíssimo em relação a clubes e jogadores para as eliminatórias.

De acordo com a FIBA, serão quatro datas de eliminatórias. Em duas delas não haveria problema (junho e setembro já são, digamos, "datas-seleção" mesmo). Mas em outras duas, aí sim há algo que precisará ser conversado muito entre as principais ligas, atletas e Confederações. Já imaginaram, por exemplo, o que aconteceria com o San Antonio Spurs em novembro, primeiro mês da NBA, ou em fevereiro, perto dos playoffs? No cenário atual, a franquia texana perderia Tony Parker, Tiago Splitter, Boris Diaw, Manu Ginóbili, Patrick Mills, Nando de Colo etc. E na Espanha, como ficaria, por exemplo, o Real Madrid sem Rudy Fernandez, Nikola Mirotic, Sergio Rodrigues, entre outros?

Sem dúvida é uma maneira de tentar desenvolver e popularizar a modalidade em todo planeta (e isso é uma iniciativa louvável pacas), mas que de cara enfrenta problemas gravíssimos para se solucionar. Juro que não consigo visualizar principalmente as franquias da NBA liberando os atletas no meio da competição para jogos entre seleções.

E aí, gostou das mudanças propostas pela Federação Internacional? Comente!

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