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Bala na Cesta

Entrevista: ala Joe Smith elogia estrutura e diz que 'ótima química' do Pinheiros impressiona

Fábio Balassiano

25/10/2012 01h19

Joe Smith é um destes andarilhos do basquete. Aos 34 anos e dono de um Camp muito bacana para jovens nos EUA (o J Smith Hoops), passou pela Itália (foi capitão da equipe de Milão), Rússia, Letônia, Argentina, onde fez brilhante campanha com o modesto Unión de Formosa (15,3 pontos e 2,7 assistências na Liga das Américas da temporada passada) e agora está no Pinheiros, que ontem abriu a série semifinal do Paulista Masculino contra o Paulistano com vitória por 90-87. Cestinha do primeiro duelo da semi com 24 pontos e um instinto matador de se admirar, o norte-americano de Alabama (mesma região de seu companheiro Shammel – ambos na foto lá embaixo), agora mais feliz com a chegada de sua esposa (Athena) e seu filho (Joe Smith Jr.) ao país mas ainda assustado com o trânsito de São Paulo ("ainda bem que não dirijo…"), conversou com o Bala na Cesta na semana passada.

BALA NA CESTA: Você é um cara experiente, já rodou muitos países e chega agora ao Brasil. O que está achando deste começo?
JOE SMITH: Estou muito bem impressionado com a estrutura que o Pinheiros nos oferece. É muito profissional, muito acima da média que estamos acostumados. Como atletas, todos aqui não podemos pedir mais nada. A parte médica, a comissão técnica, médica e física é incrível. Sobre o campeonato em si, ainda estou me acostumando. É um jogo diferente, mas, bem, são os playoffs e o mais importante agora é ganhar, ganhar e ganhar.

BNC: Sobre o time, percebo que há um entrosamento muito grande entre vocês. É por aí mesmo?
JS: Temos um grupo com muita fome de vencer, e que está jogando junto porque sabe que só assim podemos ir adiante. A química que existe entre nós é incrível, muito boa mesmo. Temos jogadores rápidos, fortes, talentosos e muito comprometidos. Podemos ir bem longe se seguirmos atuando como um grupo sem estrelismo – como tem sido feito até agora, aliás. Na Liga Sul-Americana, por exemplo, foi muito bacana a comemoração de todo o elenco com o Paulinho (ele fala Paulino), mas foi o resultado de nunca termos desistido. Todos acreditamos que a bola dele cairia, e isso foi o mais importante. Tenho 34 anos, já participei de muitos times e posso te dizer que este é um grupo sensacional.

BNC: Você passou pela Argentina na temporada passada. É possível comparar o basquete dos dois países? Em termos técnicos, táticos e de estrutura?
JS:
São estilos de pessoas, técnicos, jogadores e ligas diferentes. Lá há uma predisposição maior para os jogadores seguirem o que os técnicos falam – o que pode ser ruim também, já que perde-se em criatividade. Aqui, até pelo estilo do brasileiro, as coisas são mais livres – e isso também pode trazer problemas, evidentemente. Não gosto de comparar muito, porque parece que estou criticando um lugar que passei ou que estou, mas dá pra ser feliz nos dois países como jogador de basquete (risos).

BNC: O que você poderia dizer sobre o Lucas Dias, o jogador mais novo deste elenco?
JS: Não gosto muito de ficar falando sobre jogadores jovens, porque sempre se coloca muita pressão em cima da molecada, mas posso garantir que ele é especial, bem especial. Não vi muitos meninos de 17 anos fazendo o que ele faz, com a facilidade que ele faz. Precisa evoluir muito, claro, mas tem um futuro brilhante pela frente. Tem o apoio e a estrutura do clube, isso ajuda muito, então agora é só treinar muito que seus objetivos serão atingidos, não tenho a menor dúvida.

BNC: Pra fechar: com menos de três meses de Brasil, o que você está gostando mais no país?
JS: O que estou gostando mais por aqui? Essa é fácil. Meu time. Estou amando meu time, o grupo que criamos, a harmonia que temos. As pessoas de São Paulo são bacanas, a cidade é legal e tem muita coisa pra fazer, mas a química que temos, mesmo com pouco tempo juntos, é impressionante. Não tem como não estar adaptado…

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