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Bala na Cesta

Na Contagem Regressiva, o timaço do New York Knicks de 1999 nas palavras de Heber Costa

Fábio Balassiano

23/10/2012 15h30

O leitor Heber Costa (este é fiel, está sempre por aqui) enviou belíssimo texto sobre a temporada de 1999 do New York Knicks (aquela que acabou com o vice-campeonato, em derrota para o San Antonio Spurs na decisão da NBA). Ficou excelente! Conta aí, Heber!

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Não torço para nenhum time da NBA, mas achei que seria bom relembrar um time que marcou minha memória: o New York Knicks de 1999, treinado por Jeff Van Gundy, que tinha Patrick Ewing, Larry Johnson, Marcus Camby, Allan Houston e um dos melhores jogadores que vi passar na minha TV: o pouco lembrado Latrell Sprewell (na foto).

Devido ao locaute, a temporada regular só começou em fevereiro de 1999 e teve apenas 50 jogos. Lembro de ouvir uma voz feminina (no curtinho NBA Action, que passava na TV aberta) usando a frase "Os Knicks estão embalados nesta temporada" para descrever uma bela troca de passes que terminava com uma enterrada de Ewing. A verdade é que todo o talento dos Knicks naquela temporada criou uma grande expectativa, o que (junto com algumas lesões de estrelas do time) acabou gerando efeito contrário, pois a campanha na temporada regular quase foi um desastre. Os Knicks se classificaram na oitava vaga para os playoffs da Conferência Leste e pegaram logo de cara o encardido Miami Heat de Tim Hardaway, Alonzo Mourning e Dan Majerle. Cada jogo da série foi uma batalha, até o grande final: último jogo da série, Allan Houston faria cesta da vitória faltando 0.8 segundos. A série ficou para os nova-iorquinos (3-2).

Em seguida, vieram os Hawks. Novamente, os Knicks eram os azarões. Mas o bom time do Atlanta, que contava com Dikembe Mutombo, Steve Smith e Mookie Blaylock, não teve a menor chance. Foi varrido com um 4-0. A final da Conferência Leste, no entanto, não seria brincadeira: os Pacers daquele ano contavam com duas estrelas — Reggie Miller e Chris Mullin — e mais um punhado de jogadores de respeito — como Sam Perkins, Rik Smits, Mark Jackson e Dale Davis. O New York perdeu Ewing, lesionado, logo no jogo 2 da série. No jogo 3, a vitória com uma fantástica jogada de 4 pontos de Larry Johnson faltando 5.7 segundos foi mais um feito daquele time que simplesmente não desistia. Os Knicks acabaram vencendo a série por 4-2. Era a primeira vez na história da NBA que um time que entrou em oitavo nos playoffs chegava às finais.

O San Antonio Spurs de 1999 tinha David Robinson, Mario Elie, Avery Johnson, Steve Kerr, Sean Elliott e um certo rapaz das Ilhas Virgens que apenas no seu segundo ano na liga já tinha média de 11,4 rebotes e 21,7 pontos por jogo, um tal de Tim Duncan. Sem Ewing e com Larry Johnson em más condições (lesionado no jogo 6 contra os Pacers), os Knicks fizeram o que podiam. Mesmo com Sprewell fazendo uma média de 26 pontos por jogo (fez 35 no jogo 5) e Houston tendo 21,6 (fez 34 no jogo 3) na série de cinco jogos, o New York não conseguiu derrotar o San Antonio, que abriu 2-0 na série e finalizou em 4-1, com Duncan anotando 27,4 pontos em média e sendo eleito o MVP das Finais.

Esse foi o fim de um time que deu a volta por cima e, se tivesse seu pivô, talvez tivesse sido campeão. Acabou, porém, ficando na companhia de outros fantásticos vice-campeões, como o Utah Jazz de 1997, mas essa já é outra história.

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Abaixo os vídeos do Knicks!

Cesta de Allan Houston que deu a série ao Knicks

Jogada de 4 pontos de Larry Jonhson nos últimos segundos

Sprewell faz 35 pontos contra os Spurs

 

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