Outro pé-quente, Derek Fisher, eterno ídolo do Lakers, aparece na Contagem Regressiva
Tá aí alguém que, pessoalmente, eu queria muito ver na Contagem Regressiva para o começo da NBA. E é a vez de alguém que ainda não está aposentado, embora sem emprego garantido até o momento para a próxima temporada. Derek Fisher, camisa 2 do Los Angeles Lakers.
O armador é ídolo da franquia, tem cinco títulos e um punhado de cestas decisivas na carreira. Tal qual Steve Kerr e Robert Horry, não é nenhum craque, mas está no hall dos atletas que marcaram a sua vida profissional por causa de grandes e importantes momentos quando os grandes jogadores aparecem – nos playoffs.
Sobre o arremesso dos 0,4s contra o San Antonio Spurs, vale um capítulo especial, né. O dia era 13 de maio de 2004, uma quinta-feira. Lakers e Spurs se engalfinhavam em uma partida memorável. Se não estavam no esplendor da técnica, emoção e disposição não faltavam. Duncan e Manu se refestelavam entre um pick e outro em cima de Shaq. Entre um erro e outro, Kobe recolocava o time californiano no jogo. Era a quinta partida de uma série empatada que caminhava para o desfecho no agonizante sétimo encontro. Faltando menos de vinte segundos, tudo empatado.
Após um pedido de tempo em que Gregg Popovich gritou apenas um "façam bloqueios e dêem a bola na mão de Duncan", o "escolhido" recebeu, gingou na frente do Shaq e, caindo, arremessou. A bola entrou. Um chute de sorte que despertou um palavrão meu. Meu irmão, no oitavo sono, acordou assustado. Restavam míseros 0.4s. Segundo meu irmão, "nem Michael Jordan reverteria a situação". E ele estava certo.
Quem subverteu tudo foi Derek Fisher, errante armador dos três anéis anteriores. A bola caiu, os Lakers venceriam aquele jogo e a série no sábado seguinte. O placar, 74 a 73, não dizia tudo. O basquete, o meu basquete, tinha um novo herói. Um herói de mentira.
Uma bola como aquela vindo de Jordan, Kobe, Jerry West, Isiah, seria normal, aceitável. São gênios. Diferentes de Fisher, que é de carne e osso, o que torna o lance ainda mais real, palpável – e improvável. Por isso a bola foi ainda mais significativa. Acordei o meu prédio. Zombei do meu irmão. Não dormi a noite toda. Clicava de site em site procurando notícias do arremesso mais improvável de todos os meus tempos de basquete.
Abaixo um Top-5 de sua carreira e o (ao menos pra mim) mais importante dos arremessos:
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