Na Espanha, a chance que o pivô Lucas Bebê tanto esperava pode ter chegado
Quando a temporada do Estudiantes, de Madrid, começar neste domingo, dia 30 de setembro, contra o Canárias, certamente um filme passará pela cabeça dos torcedores. Afinal, o time não deveria estar ali. Pouca gente lembra, mas um dos mais tradicionais clubes da Espanha foi rebaixado na temporada 2011-2012, e só não caiu porque um dos dois clubes que subiram (o Menorca) não tinham condições financeiras para arcar com os custos da Liga ACB (isso sem falar no Alicante, que também fechou as portas, sem patrocínio e ainda com salários atrasados). Com isso, o rebaixamento virou manutenção, virou permanência na principal liga de basquete da Europa e um alívio para a torcida que nunca havia visto seu time cair.
Isso tudo para falar sobre Lucas Bebê (agora ele vestirá a 35), pivô brasileiro que foi sensação na Copa América Sub-18 de dois anos atrás mas cujo desenvolvimento parece ter parado um pouco no tempo. Depois de um Mundial Sub-19 decepcionante (suas médias ficaram em 9,6 pontos e 8,8 rebotes), ele retirou seu nome no Draft da NBA em 2011 e 2012 e quase nunca foi relacionado para as partidas do Estudiantes na Liga ACB da temporada passada (apenas no final que ganhou 31 minutos em quatro partidas). Mas sua situação melhorou com a permanência do time na principal divisão espanhola.
Com a chegada do competente Txus Vidorreta (ex-Alicante), Lucas foi ganhando espaço, minutos e elogios durante a pré-temporada do time. Foi incrível em amistoso contra o Real Madrid e monstruoso na defesa nos jogos preparatórios seguintes. Impressionou a todo mundo, e ouviu de Txus que seu desenvolvimento tende a aumentar nesta temporada.
E é justamente isso que espera-se de Lucas. Se não é nenhum veterano (ele tem 20 anos e 2,13m), dois anos se passaram sem nenhuma grande evolução em seu basquete e em seus números. Tomara que, sinceramente, tenha chegado a sua hora, o seu momento. Será a sua primeira grande chance em uma grande liga, e em um clube que se não é mais tão grande como fora em outros tempos, ainda é tradicional.
Se ele conseguir mostrar um pouco do basquete dominante da Copa América de dois anos atrás (com muita defesa e principalmente força física no ataque), seu futuro estará pavimentado. Talento, ninguém duvida que Lucas tenha (ninguém mesmo). É hora de colocar a cabeça no lugar, aproveitar os minutos de quadra que virão e enfim colocar-se como um pivô de elite. Não será fácil, os problemas virão, os ajustes precisarão vir com os dias, com os jogos, e seu lado psicológico precisa caminhar lado a lado com seu desenvolvimento técnico, tático e físico.
Chegou a hora de Lucas Bebê, conhecido por lá como Lucas Nogueira.
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