Especial 20 anos de Dream Team: o Pré-Olímpico de Portland e o começo da magia
A partir de hoje, 26 de julho, o Bala na Cesta começa a falar sobre o melhor time de basquete já formado. A seleção norte-americana de 1992 entraria em quadra há exatos 20 anos (26.07.1992) contra Angola nas Olimpíadas de Barcelona para marcar o nome na história do esporte mundial, mas pouca gente lembra que o começo foi um pouco antes. Mais precisamente em Portland.
Convidados pela USA Basketball para integrar aquele que ficaria conhecido como Dream Team, os 12 jogadores que marcaram época disputaram o Pré-Olímpico exatamente um mês antes dos Jogos Olímpicos de Barcelona. Entre 26 de junho e 5 de julho, os 12 rapazes que encantariam o mundo na Europa deram uma amostra do que seria o grande show em Portland. Para se ter uma ideia do domínio norte-americano, a diferença média nas partidas foi de absurdos 51 pontos e o ataque obteve 121 pontos por noite chutando 63% de quadra (sete atletas passaram dos dez pontos por partida).
É sempre bom anotar o nome de todos os que fizeram parte daquele timaço, né: Magic Johnson, Michael Jordan, Larry Bird, Scottie Pippen, Christian Laettner, Karl Malone, John Stockton, David Robinson, Chris Mullin, Patrick Ewing, Clyde Drexler e Charles Barkley. Técnico: Chuck Daly.
No livro que estou lendo (logo mais teremos uma entrevista especial com o autor), há uma passagem engraçada. Charles Barkley era não só o jogador mais físico e "sanguinário" (no bom sentido) do grupo dos EUA, mas provavelmente o mais empolgado por fazer parte daquele esquadrão. Pouca gente sabe, mas ele liderou os norte-americanos em pontos no Pré-Olímpico (16,3) e nas Olimpíadas também (18). E sua, digamos, fúria se via em todos os treinos. Em um dos primeiros, ele puxou Christian Laettner, o único universitário do grupo, que caiu bizarramente no chão. Sem pedir desculpas, Barkley disse: "Bem-vindo à NBA, irmão. Se quer estar aqui, é bom se acostumar a ralar muito".
Todo mundo acha que foi só show, foi só brincadeira, foi só divertimento, mas por trás de toda aquela pompa havia muito, muito treinamento, muito comprometimento em fazer aquela mágica toda se transformar em espetáculo na quadra. Àquela altura campeão da NBA e já considerado sucessor de Magic Johnson e Larry Bird, Michael Jordan, creiam, cansou de pedir a Mike Krzyzewski para corrigir o seu arremesso e sua postura defensiva (é incrível, mas é sério).
No Pré-Olímpico, a campanha foi a seguinte, vejam só:
EUA | 136 | Cuba | 57 |
EUA | 105 | Canadá | 61 |
EUA | 112 | Panamá | 52 |
EUA | 128 | Argentina | 87 |
EUA | 119 | Porto Rico | 81 |
EUA | 127 | Venezuela | 80 |
Abaixo coloco o vídeo de apresentação do time norte-americano antes da partida contra Cuba em 26 de junho de 1992, em Portland. Reparem na emoção do público e na voz sensacional de Marv Albert.
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