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Bala na Cesta

Contra a Espanha, mais uma prova de força dos EUA - quem pára os caras em Londres?

Fábio Balassiano

25/07/2012 00h53

Consegui ver boa parte do jogo dos EUA contra a Espanha ontem. O amistoso, disputado 20 anos depois de o Dream Team ter brilhado na mesmíssima Barcelona para 16 mil pessoas que lotaram o Palau Sant Jordi, mostrou que, se os norte-americanos não têm a magia de 1992, o time de Coach K sobra em termos físicos. A vitória de 100-78 contra os donos da casa foi construída depois de um primeiro período ruim (rotina?) e participações valiosas do banco.

Melhor em quadra ao lado de LeBron James (o que vem jogando o camisa 6, que ontem teve 32 de eficiência através de 25 pontos, oito assistências, cinco roubos e três rebotes, é assustador, sério mesmo!), Carmelo Anthony (foto) despejou 27 pontos e mostrou que quando bem treinado pode, sim, ser um baita jogador (ponto para Coach K e sua comissão técnica aqui também). E mais uma vez a defesa pressionada dos EUA chamou muito a atenção e garantiu inúmeros pontos em contra-ataque.

Donos de estilo cadenciado, os espanhóis, que não contaram com Marc Gasol e Sergio Rodriguez, não resistiram à pressão defensiva dos norte-americanos, erraram 20 vezes e tiveram que chutar tresloucadamente de fora, errando 14 de suas 19 tentativas (outro roteiro bem conhecido).

Assusta não a facilidade com que os norte-americanos jogam (isso a gente já sabe), mas sim o nível de comprometimento com o trabalho de Jerry Colangelo na USA Basketball que as estrelas apresentam. É bacana demais ver, para ficar em um exemplo, que LeBron James, campeão da NBA há menos de dois meses e com todos os motivos do mundo para estar com todos os reis do mundo na barriga, não está ali para fazer firulas, mas sim para jogar um jogo diferente ao que está acostumado na liga em que atua por nove, dez meses com uma vontade impressionante. Some-se a isso um revezamento de atletas sem igual em todo planeta (é muito óbvio que ninguém consegue "conjugar" quantidade + qualidade como os EUA) e temos um time praticamente impossível de ser batido nas Olimpíadas de Londres.

A Argentina deu um susto nos EUA no domingo, como bem disse Manu Ginóbili, mas deste canto eu ainda me nego a crer que alguém possa bater os caras quando o jogo realmente estiver valendo alguma coisa. Nas Olimpíadas, com quase 30 dias de treinamento e muito mais concentração, os comandados de Mike Krzyzewski serão ainda mais fortes.

E aí, amigo leitor, responda na caixinha: alguma chance de os norte-americanos não voltarem pra casa com o ouro?

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