Ao contrário da seleção masculina, meninas do Brasil inspiram cuidados antes de Londres
"Queremos utilizar esse jogo como uma espécie de exercício de busca pela vitória". Foi o que disse Luiz Cláudio Tarallo ao site da CBB antes do jogo de segunda-feira contra os Estados Unidos, em Washington. O exercício pode até ter sido bom, mas o resultado (90-67) e o que se viu em quadra, não.
Não vou ficar aqui colocando números, porque não é necessário. Quem viu a partida e quem tem acompanhado a fase de preparação da seleção feminina se preocupa, e se preocupa demais. O time não tem padrão ofensivo algum, não explora Érika como deveria, sacrifica Damiris colocando-a na ala (e o pior: perde a grande qualidade dela na posição de ala-pivô para ter uma jogadora da posição 3 que não sabe atuar assim ainda), desperdiça bolas com uma facilidade incrível, tem uma transição defensiva ruim e marca muitíssimo mal (no mano-a-mano, na ajuda e no lado contrário).
É, sim, um pavor só, e não adianta fazer só trabalho psicológico, não. Treinar, como bem mostra Rubén Magnano, vale mais do que mil palavras, mil exercícios de psicologia. O time do Brasil é fraco, ninguém duvida e todo mundo que acompanha este espaço sabe disso há séculos.
Mas duas coisinhas me preocupam: 1) o time está treinando faz quase 70 dias e até agora não apresentou padrão tático e técnico algum; 2) A França, que perdeu de pouco da Austrália, perdeu da Grã-Bretanha. Ou seja: a fase do time de Tarallo é ruim, e adversários até pouco tempo atrás "batíveis", como as britânicas, tornam-se perigosas.
Se antes eu olhava pra situação brasileira pensando no terceiro lugar da chave e mirando as quartas-de-final com carinho e esperança, hoje eu penso que está no lucro total o time de Tarallo caso avance para o mata-mata.
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