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Bala na Cesta

Seleção brasileira feminina joga mal, mas vence Cuba novamente - o time está pronto?

Fábio Balassiano

08/07/2012 12h34

Acaba de terminar o segundo amistoso da seleção feminina contra Cuba em Foz do Iguaçu (aliás, o ginásio estava absolutamente vazio – não havia mil pessoas, um horror). O time de Luiz Claudio Tarallo (foto) jogou mal demais (quando o adversário marcou por zona foi terrível a falta de passes para as pivôs), sofreu mais do que deveria diante de um adversário frágil, bem frágil, oscilou bastante, mas acabou vencendo por 91-61. Alguns pontos:

1) Impressiona-me o número de erros de fundamento da seleção brasileira. Treinando há algum tempo (45, 60 dias?), é absurdo o volume de desperdícios em passes, falta de posicionamento e outros, como dizem, detalhes (detalhes, que, é sempre bom lembrar, devem ser treinados). Na sexta-feira foram 20 erros. Hoje, 22 (sete apenas no primeiro período, 13 no primeiro tempo), índice maior que o de assistências (20). Isso, repito, contra um rival bem fácil, sem pressão por resultados.

2) Não gosto muito de falar isso, porque é uma crítica fácil, a mais fácil de todas, diga-se, mas Tarallo precisa domar Iziane. Na Austrália, a camisa 8 arremessou mais de 30% de TODAS as bolas da seleção. Em Foz este volume diminuiu, é verdade (ficou em 19,4%), mas sua seleção de chutes está muito, muito ruim. E aí não é uma questão de ela ser uma chutadora voraz, mas sim de o técnico mostrar a ela que é, sim, possível jogar de maneira mais pensada. No Atlanta Dream a treinadora conseguiu isso, e a ala joga muitíssimo bem.

3) Confesso não entender muito bem a insistência em se marcar por pressão quadra toda. Acho muito, muito difícil que Tarallo repita isso contra França, Rússia ou Austrália. Se este tipo de estratégia só vale contra rivais mais fracos (Cuba, Chile etc.), não seria mais válido treinar variações das marcações (zona/individual) na meia quadra pelo maior tempo possível?

4) Se a defesa de mano a mano não está ruim (principalmente no garrafão, a grande força da equipe), as rotações e a marcação do lado contrário precisam de ajustes urgentes. Na sexta-feira, Ávila teve tiros livres pós-cortes da armadora cubana devido a falhas nas coberturas brasileiras. Hoje o problema se repetiu.

5) É uma tentativa, e a gente sabe bem o porquê (as outras não são muito confiáveis), mas eu não gosto de Damiris como ala (3) titular. Acho que pode ser uma opção de variação durante alguma partida, mas não para começar. A camisa 12 é um dínamo, um fenômeno, mas ainda não é ala. Converge muito para o garrafão antes de ter a bola, é batida nos cortes das rivais mais baixas e acaba por não usar o que tem de melhor (quando abre para arremessos longos menos marcados e os cortes para uma zona menos povoada). Não explorar o máximo de Damiris pode ser um erro grande nas Olimpíadas.

6) Só lembrando: hoje é dia 8 de julho, faltam 20 dias para a estreia, e no dia 16 de julho a seleção enfrenta os Estados Unidos em Washington. Tenho um pouco de medo do que acontecerá por lá caso os erros básicos que têm sido vistos persistam.

Viu o jogo da feminina? Gostou? Está otimista para as Olimpíadas? Comente!

ABAIXO O VÍDEO DO TARALLO (DO SITE DA CBB) FALANDO SOBRE A PREPARAÇÃO DA SELEÇÃO

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