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Bala na Cesta

O que eu penso sobre a entrada de Fortaleza no NBB5 - leia e comente!

Fábio Balassiano

05/07/2012 15h00

Ontem rolou um debate interessante aqui sobre a provável entrada de Fortaleza no NBB5 aqui. E é 'provável' pelo seguinte motivo: o time de Alberto Bial (foto) precisa cumprir todos os requisitos técnicos e financeiros exibidos pela Liga Nacional. Passando ou não, eu prometi dar a minha opinião, né. Então vamos lá primeiro sobre a entrada dos cearenses (amanhã falarei sobre a questão técnica levantada por Kouros no mesmo post de quinta-feira). Alguns pontos importantes:

1) Pra mim, a questão mais importante de tudo isso é o fato de não haver segunda divisão do NBB. Enquanto não existir, sempre acontecerão debates acalorados sobre a inclusão ou não de times. Fica muito subjetiva, e pouco prática, a análise. Criando um campeonato de acesso, estas discussões acabam em um instante. Como sempre, o problema está na origem.

2) E se há problema na origem, é bem importante discutir o assunto. Não é possível que nesta altura dos acontecimentos tenhamos problemas tão elementares como a inclusão ou exclusão de times todo começo de temporada por conta de problemas financeiros. O Brasil está crescendo economicamente, e o basquete precisa se profissionalizar urgentemente pra surfar nessa onda se quiser se desenvolver.

3) Se a LNB analisou o projeto, que tem patrocinadores de peso (Sky e Governo do Ceará), e o julgou interessante, acho bacana. Mas uma maneira de a discussão (de novo isso) ser menos empírica e mais aberta ao público que acompanha o basquete seria colocar no site o que de fato são os projetos que estão querendo entrar na Liga. Dizer que uma determinada agremiação terá equipe adulta, basquete de base e trabalho social é legal, e embora acredite que tenha havido uma exposição sobre o tema na reunião de terça-feira, seria importante tentar tangibilizar o que os novos entrantes de fato têm na cabeça – até para que eles possam ser cobrados, em termos de resultados, depois.

4) Sobre Fortaleza especificamente, ninguém é louco de dizer que um time do Nordeste no NBB (o primeiro) é uma notícia ruim. É excelente para a cidade, para o estado e para o basquete do país. Espero sinceramente que LNB e até a CBB, que deveria fomentar a modalidade em todos os cantos do país, façam efetivamente ações para capitalizar em cima deste fato novo. Perder uma oportunidade como esta seria terrível, de verdade. Explorar o Nordeste, abrir campo para demais regiões (Norte, Centro-Oeste e Sul) e criar mais polos de alto nível para o basquete seria bem bacana e altamente possível.

5) Fico sinceramente feliz pela volta de Bial às quadras. Ele montou o projeto de sucesso em Joinville, e tentará o mesmo em terras cearenses. Gostar ou não dele é uma opção pessoal de cada um, mas não reconhecer o seu espírito desbravador é um erro. Ele tem o jeito dele, mas acho que sua importância para o desenvolvimento do basquete é inquestionável.

Conclusão: insisto que a questão é na origem do negócio todo. Não há segunda divisão, e projetos serão sempre analisados. O de Fortaleza passou, e se não dá pra criticar uma decisão que ficar restrita a um conselho de administração, seria muito bacana, muito melhor para o esporte, que acessos à elite do basquete viessem sempre da quadra, e não de uma sala fechada. Parabéns, Fortaleza, e que a segunda divisão saia do papel rápido, bem rápido, para que a discussão mude de "merecia" ou "não merecia" para o "que cesta maravilhosa para subir à primeira divisão". É bem mais interessante para todas as partes.

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