Topo

Bala na Cesta

Uma comparação entre as seleções brasileira e argentina antes das Olimpíadas de Londres

Fábio Balassiano

19/06/2012 11h40

No domingo eu publiquei aqui a lista pré-olímpica da Argentina no blog. São 15 nomes, e muita gente me pediu para fazer uma comparação com a seleção brasileira (é bom lembrar que antes de Londres estes times medirão forças em dois amistosos). E como eu sou um blogueiro cordato, vamos lá. Alguns pontos.

1) Muito se diz que a seleção argentina é velha, geriátrica, e tal, mas a média de idade dos 15 convocados por Julio Lamas é de exatos 30 anos. A seleção brasileira de Rubén Magnano, de 28,8. Não é tanta diferença assim, certo? Fiz uma projeção boba excluindo três dos hermanos (Laprovittola, Quinteros e Leiva), e a média aumenta só um pouco (30,2). Virou lugar-comum falar da idade dos caras, mas se Manu (34), Scola (32), Delfino (31) e Prigioni (34) podem disputar suas últimas Olimpíadas, Marcelinho (37), Giovannoni (32), Alex (32) e até Larry Taylor (31) podem disputar seus únicos Jogos também.

2) Se formos analisar posição a posição, na minha opinião há muito equilíbrio. O Brasil leva ligeira, mas não imensa, vantagem na armação com Huertas e Larry contra Prigioni e Campazzo. A Argentina, porém, é muito, muito superior nas alas com Manu, Delfino e Nocioni principalmente. Nos pivôs, aí sim a vantagem é imensa pró-brasileiros. Nenê, Splitter e Varejão sobram contra Scola e Kammerichs, por exemplo. Se Rafael Hettsheimeir não tivesse lesionado, o banho seria ainda maior nesta posição.

3) Nos bancos de reservas, a vantagem não é grande, mas Alex seria um diferencial imenso para o Brasil. Não há, no time argentino, um defensor de perímetro como ele, e como Magnano adora seu jogo (o que é ótimo), este pode se tornar um diferencial competitivo para os brazucas em todas as partidas das Olimpíadas.

4) Embora os duelos sejam favoráveis para o Brasil, em um ponto a vantagem hermana é assustadora. No quesito "craque", os hermanos têm Manu Ginóbili e Luis Scola como craques (gênios?) indiscutíveis. Embora tenha quatro atletas de NBA (Splitter, Varejão, Nenê e Leandrinho) e provavelmente o melhor armador da Europa (Huertas), acho que está claro que não temos nenhum fora de série por aqui – e isso ainda faz a diferença em torneio curto, de mata-mata.

5) Em relação às comissões técnicas, vantagem também para a Argentina. Não pelo duelo entre Julio Lamas x Rubén Magnano, que daria empatado (um formou, outro ganhou com a geração dourada), mas sim pelos assistentes. Neto ou Fernando Duró podem até levar vantagem contra Gonzalo Garcia, mas acho que todos aqui concordam que Sergio Hernandez (medalhista de bronze há quatro anos com os hermanos e agora assistente de Lamas) é um craque das pranchetas (principalmente em relação a análises dos adversários e sistemas defensivos).

Minha conclusão: no final das contas, está tudo empatado em Brasil x Argentina. Eles têm mais experiência, é verdade, mas um elenco pouco, porém mais velho e menos homogêneo. De todo modo, o Brasil tem um ótimo técnico, um excelente armador e oito, nove opções que podem jogar em altíssimo nível durante as Olimpíadas (o banco hermano faz com que o nível caia em relação ao time titular).

E você, concorda comigo? Quem leva vantagem em um hipotético duelo entre Brasil e Argentina? Comente na caixinha!

Sobre o blog

Por aqui você verá a análise crítica sobre tudo o que acontece no basquete mundial (NBB, NBA, seleções, Euroliga e feminino), entrevistas, vídeos, bate-papo e muito mais.