Comissão técnica da seleção proíbe Nenê, Anderson e Leandrinho de participar de debate da ESPN sobre finais da NBA
Fiquei sabendo ontem que a ESPN, canal que exibe as finais da NBA para o Brasil, consultou a Confederação Brasileira sobre a possibilidade de fazer um debate, uma mesa redonda, com os atletas Nenê, Leandrinho e Anderson Varejão a respeito das finais da liga norte-americana que eles fazem parte na própria concentração do time em São Paulo (ou seja: não perderiam treino, nada). Mas a entidade máxima, atendendo a uma "ordem" da comissão técnica vetou, disse que não. Consultei a assessoria, que me disse o seguinte:
"Os três jogadores da NBA, Anderson Varejão, Nenê e Leandro Barbosa, não atenderam ao pedido da ESPN para participar de uma mesa redonda sobre as finais da competição porque seguiram ordem da comissão técnica de priorizar o descanso após três extenuantes períodos de testes físicos e procurar atender a pedidos que, neste momento, foquem a preparação olímpica da Seleção Brasileira", disse-me a assessoria de imprensa por email enviado na manhã desta sexta-feira.
Na boa, isso já está ficando chato, está passando dos limites. Não vou entrar, de novo, no mérito sobre treinos fechados ou não, treinos abertos ou não, mas está chegando a um ponto insustentável, ridículo, o que está acontecendo com o basquete brasileiro, que, é sempre bom lembrar, volta a uma Olimpíada com seu time masculino depois de 16 anos. Insisto: não vou discutir a qualidade do treinador Rubén Magnano. Ele é campeão olímpico, vice mundial e levou o Brasil de novo às Olimpíadas.
Dentro de quadra, portanto, ninguém pode falar um "ai" do cara. Mas o que ele precisa entender é que hoje, no país, ninguém sabe o que é basquete, ninguém mais vê basquete (vejam a audiência da final do NBB), ninguém sabe quem são, por exemplo, Nenê, Leandrinho ou Anderson Varejão. E se ele, Rubén, não sabe, alguém da Confederação Brasileira precisa dizer isso a ele, precisa mostrar que seu papel fundamental é na quadra, e não fora dela como homem de (anti-)marketing, anti quase tudo.
De verdade, eu não entendo como um debate sobre NBA (ninguém da ESPN iria perguntar sobre fatos espinhosos recentes, gente) prejudicaria a seleção brasileira a quase 50 dias das Olimpíadas. É um raciocínio muito pequeno, tacanho, quase provinciano. Aparecer na TV é exposição, divulgação gratuita, e é bom para a CBB, atletas, basquete e patrocinadores. É uma pena que o basquete queira, insistentemente, continuar a se esconder, a ficar restrito a um grupo de cinco ou seis que ainda seguem acompanhando a modalidade. Está, ou estava, na hora de pensar grande.
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