Coluna ExtraTime: o começo da WNBA e a possível repetição do título do Minnesota
Não sei se vocês sabem, mas na segunda-feira este blogueiro aqui estreou uma coluna no ExtraTime, site especializado em esportes americanos. As colunas saem sempre às segundas-feiras lá, vale dar uma lida, e reproduzirei-as sempre dias depois neste espaço! Divirtam-se lá e aqui!
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Pouca gente notou, principalmente por causa das finais da NBA que estão pegando fogo, mas já começou a temporada 2012 da WNBA. E se pouca gente notou, é porque de fato a liga feminina dos EUA, disputada por 12 times, ainda não empolga, ainda não é sucesso em termos financeiros, esportivos e principalmente no quesito 'aceitação do público' por lá.
Comparado com qualquer lugar do mundo onde há basquete feminino (sabidamente um mercado menor que o dos rapazes), as 7.948 pessoas que foram, em média, aos jogos de 2011 são um ótimo número, mas ao mesmo tempo mostram que o índice é o quinto menor da história dos 13 anos de história e que houve menos de 3% de crescimento entre 2007 (7.754) e o ano passado (a melhor média foi em 1998, com 10.869 por jogo). Tem mais: o campeonato não dura seis meses, o salário máximo não chega a US$ 120 mil pelo semestre (na NBA, o maior, de Kobe Bryant, é de US$ 25,2 milhões, e os mais baixos não são menores que US$ 22 mil/ano) e o espaço que a mídia destina ao basquete feminino é muito reduzido.
Para aumentar ainda mais o drama, houve a crise econômica dos Estados Unidos no meio do caminho e toda vez que há ano olímpico é um suplício. Nesta temporada, por exemplo, algumas atletas (Lauren Jackson, do Seattle Storm, Liz Cambage, do Tulsa Schock, e a brasileira Érika de Souza) só se apresentarão aos seus times depois dos Jogos de Londres, o que torna o campeonato bem menos atrativo evidentemente. Motivos não faltavam, a WNBA ameaçou, mas não ruiu. Uma alternativa (agora também discutida na NBA) foi colocar o nome dos patrocinadores na camisa dos times (o Phoenix Mercury, em 2009, foi o primeiro) para evitar a falência, mas mesmo assim nove franquias não resistiram e fecharam as portas (algumas, como o Houston Comets, tetracampeão com a brasileira Janeth Arcain, tradicionalíssimas). Das oito equipes que lançaram a liga em 1997, apenas Los Angeles Sparks e New York Liberty permanecem sem alterar a cidade de origem.
Mas, bem, como estava dizendo, a temporada 2012 começou da mesma maneira que terminou a de 2011. Atual campeão e apontado por dez dos 12 diretores-gerais das franquias como o principal candidato a ganhar o caneco neste ano, o Minnesota Lynx abre o campeonato com nove vitórias seguidas (se somarmos as seis que culminaram com o caneco de 2011, já são 15 portanto) e conta com o mesmo time que venceu a competição pela primeira vez. É o melhor começo da história da WNBA empatado com os de 2001 e 2003 do Los Angeles Sparks.
O trio formado pelas excelentes Seimone Augustus (a MVP das finais de 2011 tem 18,1 pontos de média), Maya Moore (em seu segundo ano, a camisa 23 tem 14,7 pontos – na foto com Moore) e Rebekkah Brunson (excelente marcadora, ela tem 13,8 pontos e 7,8 rebotes por partida) ajuda o Lynx a ter o melhor ataque da WNBA (86,6 por partida), a melhor defesa (apenas 38,8% dos arremessos dos adversários caem) e o melhor índice de assistências da competição até aqui (19,5 por jogo e 58,2% dos arremessos através de passes). Se isso não bastasse, ainda estão lá as úteis Candice Wiggins, Taj McWilliams-Franklin, Lindsay Whalen e Monica Wright.
O campeonato está apenas começando, muita coisa ainda vai acontecer (principalmente depois das Olimpíadas, quando os times ganham os "reforços" de suas selecionáveis estrangeiras), e de verdade vale a pena ficar de olho na WNBA (para quem quiser ver todas as partidas, é só pagar US$ 4,99 para assistir a todas as partidas – aqui o link. Os jogos são bons, há muitas jogadoras espetaculares (a já citada Augustus, Diana Taurasi, Sue Bird, Candace Parker etc.) e o nível técnico é alto.
BRASIL 1: Damiris Dantas do Amaral foi escolhida pelo favorito Minnesota Lynx na décima-segunda posição do Draft desta temporada. Há a possibilidade de ela jogar pelo time depois das Olimpíadas de Londres, mas o mais provável é que ela se apresente ao Lynx apenas em 2013.
BRASIL 2: Érika de Souza, melhor pivô do mundo na atualidade, renovou seu contrato com o Atlanta Dream por mais quatro temporadas. É considerada peça-chave do time que chegou às últimas duas finais da WNBA (2010 e 2011).
BRASIL 3: A outra brasileira na WNBA deve ser Iziane. A maranhense está em Jundiaí com a seleção brasileira e ainda não tem proposta concreta da liga norte-americana, mas confia em um convite após os Jogos de Londres.
BRASIL 4: O Brasil é o segundo país que mais jogadoras teve na WNBA (sem contar com Damiris, que ainda não atuou). Foram dez (Janeth, Cintia Tuiú, Alessandra, Adrianinha, Claudinha, Helen, Kelly, Leila Sobral, Érika e Iziane). A Austrália, com 21, lidera a lista.
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Coluna originalmente publicada em 11.06.2012 no ExtraTime, site hospedado no UOL.
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