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Bala na Cesta

Eliminação e vexame: seleção Sub-15 reflete descaso da Confederação com a base no país

Fábio Balassiano

28/05/2012 15h20

Eu viajei no sábado passado (19/5), e antes de entrar no avião mandei um SMS para um amigo: "Quanto tá a sub-15 contra o Chile?". Li um "vai curtir suas férias e não se preocupe com isso. É a Sub-15, pô".

Pois bem. Neste momento você já deve saber (e se não sabe leia mais aqui) que, sim, o Brasil perdeu para o Chile por 64-61, terminou o Sul-Americano na quarta colocação, ficou fora da Copa América do próximo ano e consequentemente do Mundial de 2014.

Vejam que beleza: na mesma competição o Brasil sofreu pra ganhar da Colômbia, que como você deve imaginar não é a oitava maravilha do mundo do basquete, perdeu de 21 do Uruguai, de 43 da Argentina e finalizou sua participação com uma derrota contra esta "potência" do mundo laranja chamado Chile. Antes as tragédias eram gregorianas, mas agora, pelo se vê, são nunianas e não têm limite.

Insisto: ganhar nas divisões de base para mim não vale muita coisa. Mas os resultados evidentemente mostram em que patamar está o trabalho da Confederação nas categorias de base. E pelo que temos visto, o estado das coisas é pra lá de terrível (é bom lembrar, também, que ano passado o país perdeu vaga no Mundial Sub-17 deste ano).

De verdade, a mim e a quem acompanha este blog não surpreende em absolutamente nada. O sucateamento das divisões de base do basquete brasileiro, que começou lá atrás, com Grego como presidente e Carlos Nunes como vice, continua agora com Nunes como mandatário máximo (e ausente). Isso tudo, não custa dizer novamente, com um orçamento absurdamente alto (R$ 25,2 milhões em 2011) e com uma infinidade de verba federal envolvida (ou seja, o seu suado dinheiro está sendo muito mal utilizado, amigo leitor). E aí é óbvio o que acontece, né: com a falta de planejamento da Confederação (a seleção sub15 treinou menos de 30 dias, gente!) a tendência é que a distância entre o que de faz de bom no mundo e o que a CBB faz aqui (quase sempre ruim) só aumente.

Carlos Nunes e seus diretores gostam de dizer que havia um buraco técnico quando assumiram a Confederação. Eles têm razão. O que ele não conta é que a sua gestão, tão ruim quanto a de Grego, tampouco ajudou a tirar a base do basquete brasileiro da lama.

Sigamos rezando para que fenômenos como Damiris sigam surgindo milagrosamente, e não por força de um trabalho/planejamento sério. Se depender da CBB, acho que está claro o que (não) acontecerá. Que pena.

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