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Bala na Cesta

Decisão do NBB está definida entre São José e Brasília - veja análise dos 4 melhores

Fábio Balassiano

28/05/2012 00h53

Terminou ontem a fase semifinal do NBB4 com duas partidas de baixo nível técnico e muita emoção. Brasília foi a São Paulo, fez 81-68 no Pinheiros e chegou pela quarta vez seguida na final da competição (uau!). No jogo das 18h, São José enlouqueceu a sua torcida, bateu o Flamengo por 106-90 e chegou pela primeira vez na história na decisão. Vamos a uma análise rápida e muito, muito crítica dos quatro semifinalistas?

Antes, quero deixar aqui meu profundo pesar em relação às arbitragens de todo NBB. Foram patéticas, ruins, tristes, lamentáveis, e a entrada dos tais microfones de lapela apenas constararam o que a gente sempre ouvia dos jogadores: os juízes daqui são arrogantes, prepotentes e com uma vontade absurda de aparecer. Conseguiram, mas da pior maneira possível, marcando faltas técnicas a torto e a direito, irritando os jogadores e se achando acima do bem e do mal. Depois chorarão as pitangas em redes sociais e pedirão explicações – como se precisasse. A CBB deixou de investir em arbitragem, a LNB se vira como pode, mas a constatação é uma só: o nível da arbitragem na principal competição do país é lastimável. Pronto, fecha parênteses.

SÃO JOSÉ – O time de Régis Marrelli tem um plano de jogo bem definido, embora até certo ponto limitado. Todos os picks do mundo para Murilo, liberdade para Fúlvio infiltrar e passes de dentro para fora do garrafão de modo a conseguir arremessadores livres. É limitado, ora bolas, mas é bem executado, e isso faz a diferença a favor da equipe. Contou com Fúlvio (foto) ontem com 20 pontos e oito assistências (ele não está na seleção, gente!), Murilo (32+7) e Dedé (16) para bater o Flamengo. Chega a final com inteira justiça. É uma cidade que passou a investir em basquete (tem time na LBF também) e merece colher os resultados.

BRASÍLIA – É um dos times mais chatos do NBB. Reclama, através do trio Alex, Nezinho e Giovannoni, o jogo inteiro, cava faltas, faz cara feira e joga um jogo que não dá resultado internacional há quase 25 anos. Mas, bom, vamos lá, há de se reconhecer os méritos dos caras. Em âmbito nacional, o jogo de Nezinho, errático e de risco, dá resultado, e ontem ele teve 20 pontos e oito assistências em uma partida em que seu time arremessou de fora (22) quase tantas vezes quanto de dois pontos (28). Não é preciso curtir os métodos, mas é impossível não valorizar Brasília, uma cidade que também passou a amar o basquete e cujos resultados nacionais falam por si só (dois títulos, quatro finais seguidas).

FLAMENGO – Está muito claro que precisa haver uma mexida urgente no basquete do Flamengo. Gonzalo Garcia foi trazido para dar uma nova cara ao time, uma nova forma de jogar a um time que se viciou a dar bolas para Marcelinho decidir. O argentino não conseguiu, e aos 37 anos Marcelinho parece ter perdido completamente as estribeiras não só do jogo (ele não pára mais de reclamar, arrumar confusão e chutar de três – e nos playoffs, com aproveitamento baixíssimo), mas principalmente do entendimento do basquete (ontem ele disse que seu time estava mal porque levou 54 pontos, e errou de novo ao interpretar pontos levados como sinônimo de boa ou má defesa). Desculpe, mas o camisa 4 não interpreta bem o jogo, e o Flamengo não soube trazer um técnico que o ajudasse neste sentido (como Rubén Magnano o auxiliou na seleção). Para a próxima temporada, um armador de bom nível, um treinador e um banco de reservas mais útil são prioridade.

PINHEIROS – Faltou pernas ao Pinheiros nesta reta final, mas uma coisa precisa ser dita: coração não faltou. O time se matou em quadra, lutou, correu, mas acho que o ritmo de quase 80, 90 jogos pesou para o time da capital paulista neste final de temporada (lembremos que os pinheirenses avançaram em todas as competições que disputaram – Interligas, Liga Sul-Americana, Paulista, NBB etc.). De todo modo, o ano também merece reflexão. Taticamente o time pode evoluir muito se usar as principais capacidades de seus jogadores (e não apenas nas jogadas de isolamento para Shammel, agora recuperando-se de lesão e com novo contrato – baita atitude do clube! – e Marquinhos), e individualmente precisa se reforçar MUITO no garrafão com pontuadores confiáveis. O banco de reservas também precisa de um marcador de perímetro com urgência.

E você, concorda com minha análise? Comente na caixinha!

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