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Bala na Cesta

Estudiantes cai para a 2ª divisão na Espanha - qual será do futuro de Lucas Bebê?

Fábio Balassiano

07/05/2012 15h30

Foi um domingo triste para uma das mais tradicionais equipes da Espanha. O Estudiantes precisava desesperadamente vencer e torcer para três resultados acontecerem para permanecer na primeira divisão do país (posto que frequentava desde 1956). Mas não deu. O time perdeu para o Murcia por 86-80, terminou a temporada regular na décima-sétima colocação (11-23) e disputará pela primeira vez a segunda divisão em 2013. Com o resultado de ontem, apenas Real Madrid e DKV Joventut jogaram todos os campeonatos da primeira divisão espanhola na história.

Se a notícia é ruim para o Estudiantes como um todo (o clube foi fundado em 1948, tem um ginásio lindo com capacidade para 15 mil pessoas, já foi quatro vezes vice-campeão da Liga e três vezes campeão da Copa do Rei), tampouco é boa para o brasileiro Lucas Bebê (foto). Aos 19 anos, o pivô de 2,12m encontra-se agora em uma posição delicada: vale a pena ficar em um clube da segunda divisão espanhola, ou chegou a hora de tentar o salto para a NBA?

Antes do Draft de 2011, quando Lucas estava bem cotado para ser selecionado na primeira rodada, coloquei-me contra a sua ida para a NBA. Disse, à época, que Bebê tinha pouca experiência internacional (foi antes do Mundial Sub19 que o pivô e toda a seleção não se saíram bem), e que cair de paraquedas na melhor liga de basquete do mundo seria ruim não só para o seu desenvolvimento, mas talvez frustrante porque seu começo poderia ser muito ruim. Disse isso e mantenho.

O lance é que agora as coisas mudaram de figura. Doze meses passaram, Lucas jogou apenas 31 minutos em quatro partidas pelo time principal do Estudiantes e não teve nenhum crescimento absurdo em termos técnicos e físicos (sobre a questão mental eu não posso falar muito, pois não conversei com técnicos que o cercam e nem com o próprio atleta). Se ficar no clube espanhol, atuará em uma liga menos boa (a segunda divisão espanhola, lembremos). Isso, claro, sem falar no caso de não ter, novamente na temporada 2012-2013, tempo de quadra no Estu.

É óbvio que Lucas Bebê ainda não está totalmente preparado (seu jogo precisa de ajustes como qualquer jogo de um menino de 19, 20 anos), mas não vejo mais motivos para ele permanecer na Espanha. Como não está cotado, cotadíssimo para as primeiras colocações do Draft este ano, pode acabar em um time grande, com uma rotação forte de pivôs e ganhar tempo para aprender a língua, o jogo e ganhar força física e técnica. A seleção dos calouros da NBA é daqui a menos de seis meses, e talvez seja a hora de tentar dar um salto maior, arriscar mesmo.

E você, concorda comigo? Lucas deve seguir na Espanha, tentar o Draft da NBA ou algo diferente? Comente na caixinha.

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