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Bala na Cesta

Para a seleção feminina, vale a pena olhar para 2008 e 2010 antes das Olimpíadas de 2012

Fábio Balassiano

01/05/2012 16h10

No dia 15 de junho de 2008, o Brasil venceria Cuba no Pré-Olímpico Mundial (em Madri) por 72-67 para garantir a classificação nas Olimpíadas de Pequim. Para quem não lembra, foi na competição disputada em solo espanhol que a bomba Bassul/Iziane explodiu de vez (aqui). Nos Jogos, sem a preparação adequada e com o lado psicológico em frangalhos, o Brasil perdeu na estreia (68-62 para a Coreia do Sul na prorrogação após 29 erros e 6/22 tentativas de fora) e comprometeu toda a campanha que acabaria com o vexatório décimo-primeiro lugar (quatro derrotas, apenas uma vitória quando já não valia mais nada).

No dia 23 de setembro de 2010, na abertura do Mundial da República Tcheca, Érika (foto) teve 15 pontos, 12 rebotes e quatro assistências, mas o Brasil perdeu para a mesma Coreia do Sul (61-60, com 19 desperdícios e 3/21 de três pontos), se complicou desde a largada e terminou na não menos vexatória nona colocação. Mas o que diabos isso tem a ver com a situação do basquete feminino de hoje? Muita, muita coisa.

Para início de conversa, no grupo de 2008 também estavam, como estarão agora, Austrália e Rússia (dois times que têm obtido ótimas colocações em competições internacionais neste século). Há quatro anos, o Brasil enfrentou, além das russas, duas seleções europeias na primeira fase (Bielorrússia e Letônia) e uma asiática (Coreia). Em Londres, o time de Tarallo medirá forças com a Grã-Bretanha (dona da casa) e outras duas que virão do Pré-Olímpico Mundial.

Em 2010, havia a mesma Rússia (derrota por 76-53), outras duas seleções europeias (Espanha e República Tcheca, que fizeram 69-57 e 84-70, respectivamente), dois fáceis rivais que o Brasil venceu com bizarras dificuldades (Mali e Japão) e o país sequer passou da primeira fase. O revés da estreia de novo colocou a seleção contra a parede, e o time então dirigido por Carlos Colinas não soube reagir.

Olhando a tabela deste ano, o mesmo alerta se faz necessário: vencer o primeiro jogo (ainda sem adversário definido) é fundamental para as pretensões da seleção feminina. A razão é bem simples: depois do jogo inicial em 28 de julho, o Brasil enfrenta a Rússia em 30 de julho e logo depois tem a Austrália (1º de agosto). Ou seja, perder na estreia é ficar a um passo de terminar a terceira rodada encurralado com três derrotas, comprometendo, assim, a classificação (depois a seleção de Tarallo – foto – enfrenta um time do Pré-Olímpico Mundial em 3 de agosto e fecha a fase de classificação no dia 5 contra a Grã-Bretanha, que tem time fraco, técnico bom e apoio da torcida local – não será fácil).

Que as lições de 2008 tenham sido aprendidas ("síndrome da estreia"), que a preparação seja a melhor possível, que a CBB não faça muita coisa errada, que Iziane, Érika e Adrianinha, as mais experientes, orientem e guiem as mais novas, e que o começo seja diferente do de 2008.

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