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Bala na Cesta

Bem cotada para o Draft, Damiris pode entrar na WNBA na próxima semana

Fábio Balassiano

12/04/2012 00h28

O Draft da WNBA acontece na próxima segunda-feira (16 de abril), e com a desistência de Brittney Griner em participar (a craque decidiu ficar em Baylor por mais uma temporada), a número um já é dada como favas contadas.

Trata-se da ala-pivô Nneka Ogumike, de Stanford. A não ser que aconteça uma aberração, ela será a escolhida na primeira colocação (e eu fico me perguntando o que acontecerá com duas "4" no time – a outra é Candace Parker). Mas a melhor notícia para nós, do Brasil, é que a jovem Damiris Dantas do Amaral (foto) está cotadíssima para ser uma das escolhidas na difícil seleção.

Em projeções de sites sérios, que insistem em chamá-la de DamAris, ela aparece na nona colocação, hoje do Connecticut Sun, que possui a ótima Tina Charles no garrafão. A décima é do Washington Mystics, a décima-primeira é do Indiana Fever e a décima-segunda da primeira rodada (são apenas 12 times na WNBA) é do Minnesota Lynx, o atual campeão da liga.

Aos 19 anos e com 1,92m, Damiris chamou a atenção dos olheiros da WNBA não no Mundial Sub19 em que foi escolhida a MVP, mas sim nos amistosos que fez, com a seleção Sub19, meses antes na Disney: "Ali, pode ter certeza, muita gente aqui da liga passou a conhecê-la e olhá-la com mais carinho. Aí veio o Mundial do Chile e tudo se confirmou", disse-me por email uma raposa da liga norte-americana que pediu para não ser identificada.

Damiris foi a MVP do Mundial com as médias de 20,9 pontos, 12,6 rebotes e 45,9% de aproveitamento (foram seis duplos-duplos em nove partidas), encantou a todos e logo depois foi jogar na Espanha. Pelo Celta, de Vigo, não se intimidou, teve as ótimas médias de 13,1 pontos e sete rebotes em sua primeira competição adulta na carreira (ou seja, seu potencial de crescimento é absurdo).

A jogadora e seus agentes ainda não sabem se manterão o nome no Draft da próxima semana (ainda podem retirá-lo), mas é muito legal notar que a menina que até o começo do ano passado era apenas uma promessa hoje já é uma realidade conhecida e "seguida" por todos. Sensação no Brasil, elogiada na Europa e cortejada pela WNBA, Damiris é sem dúvida uma jóia do basquete brasileiro.

De verdade eu não sei o que faria (é bom lembrar que ela jogou, pelo Celta, o seu primeiro campeonato adulto da vida, e atuar na WNBA direto, sem tanta experiência pode ser traumático), mas fico feliz por todo o reconhecimento dela. Não poderia haver incentivo maior do que saber que as franquias da liga norte-americana te querem por lá.

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