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Bala na Cesta

No Interligas, Pinheiros vence, chega a mais uma final e mantém 'projeto' em alta

Fábio Balassiano

23/03/2012 00h52

Não foi um jogo bonito (bem longe disso), mas no final acabou prevalecendo a maior categoria do Pinheiros, que bateu o Uberlândia, que jogava em casa, por 69-52 em partida válida pela terceira rodada do Torneio Interligas. Com o resultado, o time da capital paulista avançou à decisão da competição, que será disputada na Argentina. Marquinhos (foto) foi o melhor em quadra, com 14 pontos, sete rebotes, cinco assistências e 19 de eficiência.

Mais do que a virada em uma partida que se encaminhava para uma derrota (o clube de São Paulo levou 17 pontos no primeiro período, e 35 nos outros 30 minutos de peleja), vale para o Pinheiros a manutenção de seu projeto de basquete em alto nível. Para se ter uma ideia, o time da capital chegou nas decisões do Interligas e do Paulista em 2011, foi semifinalista do NBB3 e nesta temporada venceu o Paulista e ficou na segunda colocação da Liga Sul-Americana. Com a vaga na final do Interligas-2012, os pinheirenses chegam a incrível marca de cinco finais nas últimas competições. Muita coisa, não?

Vocês sabem que adoro criticar as coisas por aqui, mas quando há um projeto de basquete bacana é preciso elogiar também. O Pinheiros é um dos poucos clubes formadores do Brasil (ao lado do Minas, é um celeiro de atletas dos esportes olímpicos), e conseguiu, com o auxílio de seu patrocinador (a Sky, que começou a apostar no basquete há quatro anos, quando, é bom que se diga, ninguém queria ligar o nome de sua marca a um produto, o NBB, que ninguém sabia nem o que era nem que resultado daria – agora a empresa colhe os frutos de um trabalho que está sendo muito bem feito em um produto que evolui a cada dia), alçar vôos maiores do que se supunha caso o projeto fosse tocado com uma mão apenas "realista".

Como é gerenciado por gente sonhadora, séria e visionária, o Pinheiros acabou se tornando um baita caso de sucesso do basquete brasileiro. São dois anos consecutivos chegando às finais de quase todas as competições, mas há o essencial: o clube começa a fazer o exigente público paulista voltar a gostar de basquete, indo ao ginásio mesmo sem ter um "clube de camisa" para torcer.

Chegar para disputar o título do Interligas não é apenas jogar mais uma decisão. É subir mais um degrau no que há de mais bacana e profissional no basquete brasileiro.

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