Brasileiras vão bem na Espanha, mas fica a pergunta: quem da CBB está vendo?

No sábado, a jovem Damiris anotou 18 pontos e três rebotes na derrota de seu time, o Celta, para o Canarias por 77-61 (a ala-pivô tem as médias de 13,3 pontos, 6,9 pontos e preocupantes 38,5% nos arremessos). Também no sábado, Érika (foto) manteve a boa fase ao registrar 10+8 em quase 20 minutos na vitória do Salamanca/Avenida por 71-61 contra o Hondarribia, que teve Franciele em ótima atuação (13 pontos e cinco rebotes em quase 30 minutos).

Não sei se você, amigo leitor, reparou, mas no parágrafo acima eu mencionei as três principais jogadoras das posições 4 e 5 da seleção brasileira que irá às Olimpíadas de Londres. E aí acho que cabe a pergunta: como está sendo o monirotamento destas meninas por parte da Confederação Brasileira? Se a resposta for "apenas por estatísticas", eu sinceramente lamento, lamento muito.

Acho incrível que nem Hortência, nem Janeth, a assistente-técnica, nem Tarallo, o técnico da equipe, tenham pego um avião para passar uma semana com Damiris, Érika e Franciele na Espanha. Elas são fundamentais e jogadoras que merecem um mínimo de carinho e respeito. Será que Hortência, Janeth ou Tarallo têm ideia de como Damiris está – se jogando mesmo de pivô, como tenho lido? Eles têm noção das razões que fizeram Franciele ter rodadas ruins desde o começo de 2012 (até o sábado, claro)? Será que o trio sabe como está a condição física de Érika, que não tem descanso há quase três temporadas?

Não é uma questão de mimar estrelas que jogam na Europa, mas sim de monitorar e acompanhar o trio que provavelmente fará com que o Brasil tenha posição melhor na competição mais importante do basquete brasileiro no ano. Até quando a falta de visão da CBB vai influenciar incrivelmente nos resultados de quadra da modalidade?