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Bala na Cesta

Acredite se quiser: Toni Chakmati será reeleito por aclamação na Federação Paulista hoje

Fábio Balassiano

24/01/2012 00h45

Não sei se preciso falar aqui do respeito que tenho pelo basquete de São Paulo, preciso? Acho que não. Mas me espanta absurdamente saber que hoje, 24 de janeiro de 2012, o presidente Toni Chakmati será reeleito por aclamação (hein?) para mais um mandato na Federação. E o cara está lá há tanto tempo que eu de verdade não sei nem precisar quanto (12, 16 anos?).

Espanta-me o continuísmo que continuará imperando em São Paulo com uma gestão ruim (repara só, clicando aqui, no expediente da Federação e veja que ela só funciona a partir das 14h – em que mundo essa gente vive?), atrasada (sem querer ser chato, mas Toni aparece na foto que ilustra este post com uma calculadora daquelas beeeeeeem antigas), pobre de ideias e com pessoas, ao menos até então, tão retrógradas quanto o mandatário maior da entidade.

Mas isso não é tudo, obviamente. Fico abismado, absolutamente abismado, com a subserviência de clubes e Ligas (lá, para ser candidato da oposição, é preciso do apoio de quatro agremiações e uma das cinco ligas existentes no Estado) no processo eleitoral que culminará com a reeleição de Toni nesta terça-feira por aclamação (hein?). Não há um candidato sequer da oposição a uma Federação que parou no tempo no mínimo há dez anos. Não há ninguém que lutará contra Chakmati e o atraso da FPB neste dia (para ser justo, houve, sim, um nobre dirigente que tentou se candidatar, mas desistiu quando viu que não seria apoiado).

São Paulo é o estado mais rico do Brasil e sem sobra de dúvida o único que ainda tenta fazer um basquete razoável no país. Isso, claro, precisa ser louvado e dito, mas não pode cegar as pessoas. A gestão centralizadora de Toni Chakmati é muito, muito ruim, o principal produto (Paulista Masculino Adulto) é tratado com uma passividade absurda, as categorias de base estão absolutamente largadas e os clubes encontram-se totalmente anestesiados e asfixiados em dívidas (lembra, em um cenário menor, o que se passa na Confederação, não?).

Com todo o respeito, mas sem perder o espírito esportivo, termino com um trocadilho: se não houver mudança absolutamente radical neste seu novo mandato que se inicia, Toni conseguirá, enfim, dar um xeque-mate no basquete paulista já, já. É triste, bem triste.

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