Topo

Bala na Cesta

Em Minnesota, Ricky Rubio reencontra a alegria e brilha na NBA

Fábio Balassiano

09/01/2012 11h30

Há quase um ano escrevi sobre Ricky Rubio (aqui). Naquele 4 de março de 2011 eu dizia que o armador, então no Barcelona, deixara de evoluir (principalmente nos arremessos). Aí o garoto de 21 anos vai para a NBA jogar num time em reconstruçãoe… começa a jogar como quando inicou a sua carreira no basquete. Esporte tem disso, não?

Antes, é bom dar um crédito ao quase sempre criticado David Kahn. O gerente-geral fez muito bem ao montar esta nova versão dos Wolves. Despachou o armador Jonny Flynn, contratou JJ Barea, trouxe Rick Adelman, técnico que gosta do jogo de transição para comandar a garotada, e pavimentou o terreno para a vinda do espanhol com a chegada de Derrick Williams, ala "voador" capaz de entender os passes de Rubio. E o começo tem sido sensacional, incrível.

Depois de perder as primeiras três por diferença somada de nove pontos, os Wolves venceram Dallas e Spurs antes de tombarem diante de Memphis e Cleveland. Ontem venceram o Washington por 93-72, na capital, com um recital de Ricky Rubio: 13 pontos, cinco rebotes e 14 (alô, eu disse 14!) assistências do armador. Em oito partidas, esta é a terceira vez que ele obtém dígitos duplos em passes (com 7,6 de média, ele é o nono melhor de toda a NBA). Mas o melhor é o seguinte: até mesmo no arremesso, sua maior deficiência, Rubio tem ido bem. São 52,2% nos tiros de quadra e metade de acertos nos 12 tiros longos tentados (a média de 9,4 pontos é pra lá de respeitável para quem não passou de 5,4 na última temporada na Espanha) . Nada mal, não?

Ainda é cedo para saber como serão os próximos anos de Ricky Rubio e do Minnesota na NBA. Com três vitórias em oito jogos, pensar em playoff talvez seja um passo grande para esta temporada. Para o espanhol, porém, a notícia mais importante é que seu basquete parece ter, enfim, voltado ao que todos esperávamos no começo de sua carreira (seus passes, outrora previsíveis, voltaram a ser mísseis de precisão cirúrgica). Jogando com confiança (muita gente dizia que, em um timaço constituído, Rubio estava na famosa "Zona de Conforto" atrás de Juan Carlos Navarro), com alegria e com uma liderança jamais vista em seus tempos de Barça (o calouro chega a dar "bronca" em veteranos como Anthony Tolliver).

Bom para ele, bom para quem gosta de ver ótimo basquete praticado por quem ainda pensa o jogo.

Sobre o blog

Por aqui você verá a análise crítica sobre tudo o que acontece no basquete mundial (NBB, NBA, seleções, Euroliga e feminino), entrevistas, vídeos, bate-papo e muito mais.