Minha análise sobre a rodada de Natal da NBA

Dos cinco jogos deste domingo, só não conseguirei ver Clippers x Warriors. Os outros eu vi, e gostei bastante. Teve vitória dos Knicks, virada magistral dos Bulls, surra do Miami e exibição de gala do Oklahoma. Embora eu ache que nenhuma conclusão possa ser tirada de uma rodada de abertura, ainda mais com as circunstâncias que a cercaram (locaute, preparação acelerada, poucos amistosos etc.), mas vamos a alguns fatos interessantes:

1- Carmelo Anthony jogou uma barbaridade no jogo de abertura da temporada. Fez 37 pontos, apanho oito rebotes, foi decisivo, fez a festa da galera, viu Amare Stoudemire também muito bem (21+8), mas quem jogou muito basquete foi Tyson Chandler nos 106-104 dos Knicks sobre o Boston Celtics. Para se ter uma ideia, na temporada passada os nova-iorquinos tiveram 5,7 tocos de média por partida. Ontem, sozinho, Chandler teve seis. Marcou muito, marcou por quase todos, e foi muitíssimo bem. Sobre os Knicks, uma coisinha apenas: o time precisa defender como um grupo. No final, falhou em rotações seguidas (Kevin Garnett "caiu" com Toney Douglas em três ataques seguidos), e no terceiro período, quando o ataque sumiu, a defesa não segurou a onda.

2- Sobre o Boston, jogou mal o primeiro tempo, se recuperou no segundo, mas não conseguiu evitar a reação dos Knicks no fim. Brandon Bass é bom e foi útil pacas (20+11). Rajon Rondo teve atuação monstruosa (31 pontos, 13 assistências, cinco roubos e cinco rebotes), e se realmente seus arremessos caírem durante a temporada os Celtics ganham uma arma importantíssima. Paul Pierce não jogou, e sem ele a ala dos verdes micou (seus substitutos somaram apenas quatro pontos).

3- No segundo jogo do dia, a diferença de 11 pontos a favor do Miami Heat sobre o Dallas foi enganosa. O jogo foi uma baba. Os Heat abriram mais de 30 pontos, viram os Mavericks atuarem de forma irreconhecível e poderiam ter colocado ainda mais água no chope de campeão dos texanos. Foi, de verdade, uma atuação de gala de LeBron James, que teve 37 pontos, dez rebotes e seis assistências, mas principalmente uma aula de comprometimento defensivo (queria muito que os técnicos brasileiros tivessem visto o que eu vi). Por fim, um registro: Lamar Odom realmente ainda não assimilou a sua transferência. Estava aéreo, errou cinco de seus seis arremessos e foi expulso de maneira infantil. É bom avisarem a ele que não dá mais para voltar aos Lakers, paciência.

4- Sobre os Lakers, que enfrentaram os Bulls no terceiro jogo do dia, o que dizer? Fez um primeiro tempo razoável (perdeu por sete), melhorou muito no segundo (abriu dez) e teve a chance de matar a parada contra um Chicago que tinha Derrick Rose até então tímido na segunda etapa. Kobe Bryant estava muito bem (fechou com 28 pontos, sete rebotes e seis assistências), mas mesmo assim os angelinos viram o Chicago crescer com Luol Deng, fantástico com 21 pontos, e virar a peleja com um arremesso improvável de Derrick Rose (na foto, o lance) a cinco segundos do fim depois de um erro de saída de bola de Kobe e Gasol, que esteve bem nos números (14 pontos e oito rebotes), mas apático nos instantes finais. Vitória justa dos Bulls, derrota amarga para um Lakers ainda em construção.

5- Por fim, vi o Oklahoma fazer uma partida muito segura contra o Orlando. Abriu boa vantagem no começo, cozinhou a turma da Flórida e venceu os Magic por 97-89 mesmo com uma atuação muito irregular de seu armador, o ótimo Russell Westbrook, que errou 11 de seus 17 arremessos e desperdiçou sete bolas. Mas Kevin Durant, um craque inacreditável, estava muito bem por lá (30 pontos e seis assistências). Do lado do Orlando, de verdade eu não sei se foi a estreia, mas Dwight Howard esteve completamente fora de sintonia (arremessou 12 vezes – cinco a menos que Ryan Anderson, gente!). É a hora de trocá-lo, ou espera-se mais?

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