Sem futebol, NBB perde chance de crescer neste fim de ano
Todo mundo reclama do exagerado espaço que os meios de comunicação dão ao futebol (e só ao futebol) no Brasil. É, sim, uma verdade, mas enquanto a mentalidade não mudar e os resultados internacionais não aparecerem a situação não vai se alterar (uma lástima, obviamente). Mas não adianta se conformar com isso. Há formas de furar a "Ditadura do Balípodo" – e é uma pena que a Liga Nacional de Basquete ainda não tenha descoberto isso.
Conversando ontem no Twitter com os amigos do blog, foi unânime a necessidade de a LNB fazer jogos quando o futebol tem a sua temporada finalizada. Sem tanto noticiário (a não ser os famigerados jogos de fim de ano – que coisa bizarra), daria para o basquete "comer" alguns minut televisão (ou laudas no jornal) e, quem sabe, ter algum jogo de fase regular exibido em televisão aberta.
Mas aí entra a tabela do NBB4, que eu sinceramente não entendo. O campeonato começou há pouquíssimo tempo e pára no dia 17 de dezembro, voltando apenas em 5 de janeiro de 2012 (justamente quando os times de futebol começam a pré-temporada, diga-se de passagem). Ou seja: ao invés de, por exemplo, fazer rodadas no Natal com clássicos da modalidade (imaginem um jogo no dia 25 no Esporte Espetacular…), a Liga simplesmente vai entrar em recesso.
Se isso não bastasse, não há "direcionamento" na tabela da competição. Flamengo e Brasília, o maior clássico do país atualmente, foi jogado num sábado, às 15h, no Rio de Janeiro. Se você pensar que no dia seguinte aconteceria a penúltima rodada do Brasileirão, terá a real dimensão da divulgação que houve (quase zero, claro). Há mais exemplos: o jogo disputado ontem, entre Franca e Limeira (Hélio Rubens, criador, contra Demétrius, criatura, e o reencontro de Vitor Benite com a torcida francana, seria muito mais atrativo se fosse devidamente "vendido". Com exceção do bom duelo entre Pinheiros e Brasília, não há uma partida de grande impacto até o fim do ano – e justamente quando o NBB4 deveria mirar a expansão, ora bolas.
Acredito nas boas intenções da Liga Nacional de Basquete e não tenho dúvidas que em quatro anos houve uma evolução absurda em relação ao produto da Confederação Brasileira. Mas falta, ainda falta muito para que o NBB4 ocupe espaço na cabeça do público (consumidor no final das contas). Perder uma chance como a deste ano (com o vôlei sem tanto "cartaz" devido aos desempenhos irregulares na Copa do Mundo ainda por cima) não foi uma pedida.
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