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Bala na Cesta

Sem futebol, NBB perde chance de crescer neste fim de ano

Fábio Balassiano

06/12/2011 00h34

Todo mundo reclama do exagerado espaço que os meios de comunicação dão ao futebol (e só ao futebol) no Brasil. É, sim, uma verdade, mas enquanto a mentalidade não mudar e os resultados internacionais não aparecerem a situação não vai se alterar (uma lástima, obviamente). Mas não adianta se conformar com isso. Há formas de furar a "Ditadura do Balípodo" – e é uma pena que a Liga Nacional de Basquete ainda não tenha descoberto isso.

Conversando ontem no Twitter com os amigos do blog, foi unânime a necessidade de a LNB fazer jogos quando o futebol tem a sua temporada finalizada. Sem tanto noticiário (a não ser os famigerados jogos de fim de ano – que coisa bizarra), daria para o basquete "comer" alguns minut televisão (ou laudas no jornal) e, quem sabe, ter algum jogo de fase regular exibido em televisão aberta.

Mas aí entra a tabela do NBB4, que eu sinceramente não entendo. O campeonato começou há pouquíssimo tempo e pára no dia 17 de dezembro, voltando apenas em 5 de janeiro de 2012 (justamente quando os times de futebol começam a pré-temporada, diga-se de passagem). Ou seja: ao invés de, por exemplo, fazer rodadas no Natal com clássicos da modalidade (imaginem um jogo no dia 25 no Esporte Espetacular…), a Liga simplesmente vai entrar em recesso.

Se isso não bastasse, não há "direcionamento" na tabela da competição. Flamengo e Brasília, o maior clássico do país atualmente, foi jogado num sábado, às 15h, no Rio de Janeiro. Se você pensar que no dia seguinte aconteceria a penúltima rodada do Brasileirão, terá a real dimensão da divulgação que houve (quase zero, claro). Há mais exemplos: o jogo disputado ontem, entre Franca e Limeira (Hélio Rubens, criador, contra Demétrius, criatura, e o reencontro de Vitor Benite com a torcida francana, seria muito mais atrativo se fosse devidamente "vendido". Com exceção do bom duelo entre Pinheiros e Brasília, não há uma partida de grande impacto até o fim do ano – e justamente quando o NBB4 deveria mirar a expansão, ora bolas.

Acredito nas boas intenções da Liga Nacional de Basquete e não tenho dúvidas que em quatro anos houve uma evolução absurda em relação ao produto da Confederação Brasileira. Mas falta, ainda falta muito para que o NBB4 ocupe espaço na cabeça do público (consumidor no final das contas). Perder uma chance como a deste ano (com o vôlei sem tanto "cartaz" devido aos desempenhos irregulares na Copa do Mundo ainda por cima) não foi uma pedida.

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