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Bala na Cesta

Com a final, a volta por cima de Cláudio Mortari no Pinheiros

Fábio Balassiano

05/11/2011 08h02

Aos 63 anos, Cláudio Mortari (foto) tem um currículo de fazer inveja a muito técnico por aí. Campeão mundial (1979) e com inúmeras conquistas estaduais e nacionais em clube, recebeu o rótulo de 'ultrapassado' após a passagem que parecia ser a sua última (depois do NBB2 pelo Pinheiros, quando foi eliminado por Franca com 3-0). Mas depois da edição 2010-2011 do NBB muita coisa mudou. O clube da capital, que o manteve como supervisor de basquete no período em que João Marcelo Leite dava as cartas na prancheta, mexeu na estrutura de basquete, trouxe Mortari novamente para ser o chefe da comissão técnica (leia mais aqui) e o veterano fez questão de não desperdiçar.

Montou uma equipe com a sua cara e com o que os jogadores tinham de melhor: forte ao extremo no ataque. Com 89,5 pontos, o Pinheiros tem, disparado, o melhor ataque do Paulista e uma força ofensiva realmente de invejar (são tantas armas que fica difícil até de listar). Dez jogadores atuaram por 12 minutos ou mais na campanha, e seis anotaram 7,9 pontos ou mais (sendo que um dos que não pontuam tanto é o armador Figueroa, cérebro e armador da equipe).

É bem verdade que o ataque ainda precipita muito os arremessos e que o time ainda oscila demais (tanto é assim que poderia ter "varrido" Limeira e só não o conseguiu devido à pena no último período do jogo 3), mas foi justamente dando liberdade aos atletas que o clube chegou à decisão pelo segundo ano consecutivo. Não é uma questão de o time se adaptar ao treinador, mas de o treinador se adaptar ao que o time precisava naquele momento. Este é, sem dúvida, o grande mérito do treinador.

Muitas vezes campeão, Mortari levantou seu último caneco em 1998, em uma vitória histórica do Barueri, que tinha Oscar e Robin Davis sobre Mogi (veja mais aqui). Período de seca mais longo vive a capital do estado mais forte do país, que não levanta o caneco desde 1986, quando o Monte Líbano bateu o Sírio. Na verdade, de 1982 a 1986 houve apenas títulos da capital – três com o Monte Líbano e dois com o Corinthians (e todos em decisões sem o interior presente). Para acabar com as escritas, o Pinheiros aposta na experiência de seu revigorado treinador e na força de seu ataque.

A combinação tem dado muito certo.

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