Com seis basqueteiros, Nelson Luz comemora Dia dos Pais em família
Se tem alguém que pode bater no peito e dizer que tem uma família de basqueteiros este alguém é Nelson Luz, o Morto (o apelido foi dado na juventude, quando ele deixava os adversários cansados, ou mortos, com sua incessante marcação). Aos 64 anos, o pai de seis atletas (todos das seleções brasileiras) comemora a data de hoje na casa de Helen, campeã Mundial em 1994, em Louveira, interior de São Paulo.
"É um orgulho muito grande ter visto os seis filhos na seleção brasileira – mesmo que na de base. Além da Cintia, Helen (além do Mundial ela ganhou medalha em Sydney-2000) e Silvinha (medalhista de bronze na Austrália-2000 e de prata em Atlanta-1996), a Sully e o Nelson também jogaram (foram das categorias de base). Agora o Rafael está levando o nome da família na adulta masculina. Olha, aqui em casa sempre foi uma democracia muito grande: ou se dedicava aos estudos ou se dedicava aos estudos e jogava basquete ao mesmo tempo", diverte-se.
E é com Rafael Luz, o paparicado da casa (leia aqui), que a família continua na seleção. Mantido no grupo que tentará vaga no Pré-Olímpico de Mar Del Plata no final do mês, Morto sabe bem do que o caçula é capaz.
"Olha, pra jovem a pior posição que tem é armador, porque jogador de basquete amadurece mesmo aos 27, 28 anos e guiar uma equipe não é moleza. Veja só o Marcelinho Huertas o quanto evoluiu de dois, três anos pra cá. Hortência, Paula e Janeth a mesma coisa – foram começar a ganhar mais experientes. É isso que tento conversar com o Rafa. Ele é bom, nasceu na quadra, nasceu pra ser jogador, e torço muito para que ele continue assim. Treinei muito com ele, só nós dois na quadra, e tenho certeza que tudo dará certo com ele em sua carreira", conta Morto, lembrando que, aos 19 anos, o mais novo da prole pode disputar quatro Olimpíadas.
Treinador de todos os seus filhos nas horas vagas ("com todos eles fiquei na quadra ensinando, passando experiências, mostrando como deveriam pensar e agir"), Morto começou no basquete a convite de Guilherme Bernardes, o Presépio. Na época ele treinava atletismo (1500m), mas em um dia de chuva, sem local pra treinar, ele se arriscou no basquete. Começou a enterrar com facilidade e foi chamado para treinar. Desde então não largou mais a modalidade.
"Eu só pedia a eles que fossem disciplinados e que treinassem muito, porque o tino pra coisa vem de berço, né. Eles foram educados dentro de uma quadra de basquete, e tiveram o mérito de não desistirem. É DNA que chama isso, né", brinca.
É.
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