Revelação e MVP, Damiris pode jogar na Espanha na próxima temporada
O assunto ainda é tratado em sigilo, mas Damiris pode se transferir para o espanhol Celta, de Vigo, na próxima temporada (o clube tem Carlos Colinas, técnico que a lançou na seleção adulta brasileira, como seu diretor). A ala-pivô, a melhor jogadora do Mundial Sub19 no Chile, ainda não assinou contrato, mas tem uma excelente proposta em mão para retornar ao país em que já atuou (há três anos defendeu o Maristas, em Coruña).
Se por um lado é ruim, já que o Brasil perde uma de suas principais revelações, por outro é inegável que ela ganhará ainda mais maturidade, em ritmo de jogo (vale lembrar que por Jundiaí ela não jogou a primeira edição da LBF) e terá tempo de quadra de sobra (a equipe foi apenas a 11ª na última liga feminina nacional).
E Damiris sai como, como se diz na gíria, bem na fita. Em email a este blog, Jennifer Rizzotti, técnica dos Estados Unidos (que sagraram-se campeões no domingo), mostrou-se impressionada com a camisa 12 brasileira: "Damiris merece cada linha de elogio que está sendo despejada sobre ela. O prêmio de MVP para ela no Mundial foi mais do que justo. Ela foi dominante em todas as partidas, teve média de duplo-duplo e foi a principal razão pela qual o Brasil conseguiu a inédita medalha de bronze. Fico feliz de tê-la visto evoluir tanto de um ano para o outro (da Copa América para cá), e fica muito claro que ela trabalhou duro para que tudo tivesse acontecido. O futuro é brilhante pra ela".
Damiris terminou o Mundial com as surreais médias de 20,9 pontos (cestinha absoluta – teve 25% a mais do que Shiori Takada, a segunda com mais pontos em mais do que quatro partidas), 12,6 rebotes (2,3 a mais que a segunda mais eficiente no quesito), 45,6% nos chutes e 35,3 minutos por partida (foram seis duplo-duplos ao todo). Seu arremesso de média distância evoluiu muito, sua confiança também, seu físico parece mais pronto para o jogo de contato e sua volúpia nos rebotes segue intacta.
Damiris ainda não está pronta (seus 60,5% nos lances-livres preocupam, sua ansiedade para definir rápido no ataque é clara e natural para a idade, sua defesa precisa de ajustes e seu jogo de costas para a cesta pode ser melhorado), mas não resta dúvidas de que temos um diamante pronto para ser utilizado na seleção adulta. Que Ênio Vecchi saiba como utilizá-la no Pré-Olímpico, e que a Confederação lhe dê todo o suporte, mesmo com a distância, para que ela siga evoluindo.
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