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Bala na Cesta

Brasil perde dos EUA e disputa o bronze neste domingo no Mundial Sub19

Fábio Balassiano

31/07/2011 00h02

O começo até que foi bom (11-5), mas o Brasil não suportou o melhor jogo dos EUA, levou 82-66 e perdeu na semifinal do Mundial Feminino Sub19 do Chile. Neste domingo, o time de Luiz Cláudio Tarallo disputa o bronze contra a Austrália, que perdeu da surpreendente Espanha por 55-49 em jogo muito fraco.

Foi uma atuação coletiva ruim, uma atuação do técnico Tarallo ruim e uma atuação individual de peças importantes ruim. No primeiro tempo foram assustadores 13 rebotes ofensivos para as norte-americanas, apenas dois lances-livres cobrados pelas brasileiras (prova da falta de agressividade ofensiva e da falta de leitura de jogo – a defesa por zona das norte-americanas precisava ser atacada, e não evitada com tiros longos) e uma infinidade de chutes de três convertidos das rivais sem marcação alguma (Bria Hartley acertou quatro de fora e anotou 20 nos primeiros 20 minutos). Por fim, uma pergunta importante: por que diabos a marcação por zona existiu por tanto tempo? Alguém consegue explicar?

Tarallo, que vinha bem na competição até então, falhou demais hoje também. Não conseguiu verificar (ou se verficou não fez nada para mudar) que a defesa norte-americana fora alterada após os cinco primeiros bons minutos brasileiros, não conseguiu fazer com que Damiris (a principal jogadora da equipe!) fosse alimentada no garrafão (alguém achou que ela estaria solta? Não, né…) e ainda mexeu mal pacas na metade do terceiro período (quando a diferença era de cinco pontos, a menor desde que as adversárias dispararam no segundo quarto, o técnico sacou Tássia para colocar Aruzha – quando a armadora titular voltou, era de 12 o rombo). Além disso, Joice, uma das melhores neste sábado, permaneceu em quadra por apenas 18 minutos, em que pese a sua soberba defesa e seus 12 pontos. Prefiro não falar da bagagem tática por apenas um jogo, então vou me abster de comentar sobre a falta de variação tática defensiva e sobre a inexistente carga ofensiva do time – isso, repito, porque apenas hoje conseguimos ver a equipe atuar.

No lado individual, Damiris, que carregou o Brasil até as semifinais, foi muito bem marcada, mas esteve muitíssimo nervosa desde o começo, precipitando arremessos e sendo dominada na defesa. É até injusto criticá-la (o que a menina já fez no Mundial é inacreditável), mas ela teve sua menor pontuação na competição (13 pontos) e errou nove de seus 13 arremessos. Carina também foi mal (quatro erros em 16 minutos), Tássia alternou bons e maus momentos (4/11 e três desperdícios) e Thamara levou um baile no garrafão.

Há, por fim, uma forma "poliana" de ver essa derrota. Com praticamente os mesmos times, o Brasil perdera dos EUA na Copa América de 2010 por 43 pontos. Neste sábado, por 16. É, de fato, uma evolução. Mas há, também, o lado de que esta equipe norte-americana não é excepcional, e que poderia ter sido vencida caso o Brasil tivesse jogado um basquete nota 8, nota 9. Fica o lamento por esta noite, e a esperança que as meninas recuperem o ânimo para a importante disputa do bronze neste domingo contra a Austrália.

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