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Bala na Cesta

Em busca de conhecimento

Fábio Balassiano

08/07/2011 11h30

Um dos pontos que este blog mais bate é sobre a falta de estudo dos técnicos brasileiros. Por isso merece aplausos a iniciativa de Dedé (assistente-técnico de Limeira) e Espiga (de Joinville), que se inscreveram na Mastermind Coaching, clínica organizada pela Euroliga em duas pernas: a primeira, teórica, online e a segunda, prática, sendo realizada em Barcelona no final do último mês com quatro dos melhores técnicos do planeta (Ettore Messina, Aito Garcia Reneses, Zeljko Obradovic e Xavi Pascual). O Bala na Cesta foi conversar com Espiga (em ambas as fotos) para saber como foi o evento.

BALA NA CESTA: Como foi a clínica em Barcelona, e o que você mais aprendeu? Poderia contar como foi o dia a dia por lá?
ESPIGA: Desde abril estou fazendo este curso online, e a ida a Barcelona foi somente a parte presencial do curso. A clínica abordou vários temas. Desde a administração de jogadores a aspectos técnicos, como atacar e defender o pick'n' roll, transição ofensiva, conceito de ataque contra zona e outros. Aprendi um pouco com cada treinador, mas o que mais me chamou a atenção foi a atenção dada aos mínimos detalhes e a quantidade de informações que um atleta tem para desempenhar o seu melhor taticamente. Tudo tem uma motivação tática.

A clínica começou no dia 22 com duas palestras  teóricas do Aito Garcia. No dia seguinte fomos para a quadra com sessões de uma hora e meia para cada assunto, com intervalos de 15 minutos, feitas por Aito Garcia e Xavi Pascual. No dia seguinte a mesma coisa, mas com o Ettore Messina e o Obradovic. No último, duas sessões pela manhã e depois a entrega dos diplomas, fotos com os treinadores e a foto oficial da turma.

— Imagino que você deva ter ido pra Barcelona com recursos próprios (e não de seu clube, o Joinville). Até que ponto o técnico brasileiro é acomodado neste sentido, ou seja, de não buscar conhecimento para se aprimorar mesmo sabendo que a situação econômica por vezes é um impedimento?
— Realmente fui a Barcelona com recursos próprios. Não sei como nossos treinadores lidam com isso, mas eu sempre quero aprender mais. Tenho esta necessidade de aprender, de ir atrás do novo. Na construção de minha carreira vou tentar fazer um fundo para sempre poder viajar e aprender com estes cursos.

— Você é um dos jovens treinadores que estão surgindo no país, e já te vi na ENTB aqui no RJ também. Como você tem se preparado para ser técnico? O que você lê, vê, escuta?
— Tenho me preparado tentando ouvir de tudo um pouco e dentro disso construir minha maneira de trabalhar dentro das convicções de um basquete moderno. Para mim o técnico de basquete é também um gestor de pessoas. E tenho lido bastante sobre este assunto. Em breve me inscreverei em uma MBA de Gestão de Pessoas. Gosto também das biografias de grandes atletas e treinadores. E tenho visto muuuuuuuito basquete. Este ano assinei o League Pass (NBA) e foi uma overdose de basquete. Só não consegui assinar os canais a cabo que transmitem a ACB (Espanhola) ainda.

— O que se comenta é que técnico brasileiro estuda muito pouco – e por isso está quase sempre defasado. Isso procede? Como corrigir isso?
— Não tenho como confirmar isso, mas acredito que os treinadores mais jovens estão estudando bastante.

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