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Bala na Cesta

A fera australiana

Fábio Balassiano

05/07/2011 08h41

A seleção brasileira enfrenta a Austrália às 10h45 pelo Mundial Sub-19 e tem uma dura missão: deter Anthony Drmic, cestinha do mundial até aqui (23,2 de média, além de incríveis 76,5% nos arremessos de quadra e 65,4% nas bolas de três pontos). Na segunda-feira eu enviei perguntas pra ele, meio sem esperanças de resposta a tempo, e, que surpresa, o rapaz enviou tudo hoje de manhã. Vamos ao breve papo com a fera de 19 anos e 1,96m.

BALA NA CESTA: Anthony, o que você está esperando para a partida de daqui a pouco contra o Brasil?
ANTHONY DRMIC: Sem dúvida será um jogo complicadíssimo pra nós. Jogamos contra o Brasil na semana passada no Global Games, na Lituânia, e apesar da nossa vitória vimos que o time brasileiro é fortíssimo. As duas equipes são ótimas e será uma partida bem equilibrada, tenho certeza disso. Eu sou muito determinado e competitivo, e na quadra eu sempre dou 110% para atingir meus objetivos. Hoje não será diferente.

— Você é o cestinha do Mundial e responde por quase 30% dos pontos da Austrália na competição. Você está preparado para a marcação ficar cada vez mais forte em você a medida que o torneio for avançando?
— A verdade é que tenho tido sorte de estar acertando a maioria dos meus arremessos, mas é óbvio que quanto mais a gente for jogando, mais fortes as defesas serão contra nós. Já sabemos e estamos preparados para isso, já que todo mundo analisa e estuda tudo por aqui (é impressionante o volume de informações que a nossa comissão técnica tem e recebe diariamente).  Sobre a marcação se concentrar em mim, eu sinceramente acredito que nosso time tenha potencial suficiente para não depender só de mim em termos de pontuação. De verdade: nossa equipe não está muito preocupada com isso, porque sabemos do nosso potencial.

— Você jogou a última temporada no AIS (Instituto Australiano de Esporte), um centro esportivo do seu país que acaba por sempre revelar, lapidar e desenvolver talentos. Pode nos falar um pouco sobre o AIS?
— O AIS é uma instituição importante para os jovens do esporte do país (e não só no basquete, mas também na natação, no atletismo, no vôlei etc.). Falando da nossa modalidade, posso te garantir que é o melhor lugar da Austrália para quem quer se desenvolver no basquete, pois os treinos são com os melhores técnicos possíveis e com uma estrutura que assusta de tão boa que é. Para ser sincero, é praticamente impossível você não melhorar por lá como pessoa e como atleta, e é um orgulho imenso para mim representar o trabalho do AIS em competições internacionais. E, sim, como você mencionou, ele é responsável por "produzir" talentos aos montes. A Elizabeth Cambage (que hoje joga na WNBA pelo Tulsa Shock) foi a última da fornada deles.

— É sonho ou uma possibilidade real vermos você em quadra ano que vem, nas Olimpíadas de Londres? Já pensou nisso?
— Um dos meus objetivos pessoais e profissionais é jogar pela Austrália em Olimpíadas. Mas sei que há uma série de jogadores importantes e talentosos em meu país, e talvez não seja exatamente no ano que vem que isso ocorra. De todo modo, eu não encaro isso como um sonho impossível, não. Lutarei para que isso ocorra, e, caso aconteça, agarrarei a oportunidade com muita felicidade, paixão e orgulho de representar o país numa competição deste nível.

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