Jogo da memória
Na minha recente mudança de lar, fui tirar da mala os jornais velhos para guardar e me deparei com as manchetes da seleção vice-campeã olímpica em 1996. Hortência, Paula, Janeth e Miguel Ângelo (foto), todos eram reverenciados, mas alertavam que a partir dali a mentalidade deveria começar a mudar, que o futuro deveria ser planejado desde então e que jovens já não estavam surgindo como deveria acontecer. Tudo aquilo o que hoje sabemos que não ocorreu no basquete brasileiro.
Pior do que isso é verificar que não existe nenhum (nenhum!) movimento da Confederação Brasileira para homenagear as medalhistas de prata em Atlanta em 1996 (a competição começou para o time de Miguel Ângelo da Luz no dia 21 de julho daquele ano com vitória sobre o Canadá por 69-56 com 34 pontos igualmente divididos entre Janeth e Paula). Decidi, ingenuamente, enviar um e-mail para a assessoria da entidade, perguntando se haveria algum tipo de programação para relembrar a data. O que eu recebi de volta? Um singelo "o que posso lhe adiantar é que há a intenção de homenagear não só as meninas de 96, mas também outros atletas que fizeram parte de nossa história". Quando retruquei e perguntei o que de concreto haveria não recebi nenhuma resposta, no entanto.
É de se lamentar, sem dúvida, porque a geração mais vitoriosa do basquete feminino brasileiro merece uma homenagem à altura (e o pior é que a CBB não vai nem "lamber a cria", ou seja, fazer um mimo em Hortência, expoente daquele timaço e hoje diretora da entidade). Fica a pergunta: se a instituição que deveria cuidar da memória do seu esporte no país não toma conta, quem vai preservar a história da modalidade? É uma pena.
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