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Bala na Cesta

Entendendo os critérios da Liga Nacional para o formato da convocação do Jogo das Estrelas

Fábio Balassiano

15/01/2019 05h00

Foto: Divulgação NBB

No último domingo foram definidos os atletas que participarão do Jogo das Estrelas do NBB nos dias 8 e 9 de fevereiro em Franca. Tal qual acontece nos últimos anos, teremos o time NBB Brasil x NBB Mundo no jogo de fundo (9/2) e as atrações de habilidades, enterradas e três pontos no dia anterior.

Neste ano chamou menos atenção do público os 24 atletas que participarão do Jogo das Estrelas e mais o critério com o qual 18 deles entraram. Pela primeira vez na história quem decidiu quem vai jogar foram os três capitães (Anderson Varejão, Leandrinho e Alex de um lado, Shamell, Fuller e David Jackson do outro). Muita gente reclamou, mas acho importante abrir um pouco o olhar.

Sem defender nada e nem ninguém, e eu mesmo não gosto do critério, acho que vale a pena dar uma compreendida maior no cenário. Não sou radicalmente contra, entendo a tentativa, mas deixando claro o que penso: pra mim Jogo das Estrelas é merecimento e deveria ser sempre a votação ou do público ou de um grupo especializado – e mesmo assim ainda haveria distorções, confusões etc. .

A Liga Nacional pensou diferente e tem motivo para tal. Ela encara e cuida do Jogo das Estrelas como um de seus produtos (NBB, Liga Ouro, Liga de Desenvolvimento e Copa Super8 são os outros). Se assim o faz, o viés é comercial. Ali é um "show-room" para mostrar a público e patrocinadores seus mais conhecidos (midiáticos) rostos. Sendo assim, está bem óbvio que o critério de estruturação das equipes foi modificado para que Varejão, Leandrinho e Alex fossem, digamos, protegidos e atuassem em Franca.

Já que o trio citado muito provavelmente não estaria na seleção devido às suas médias (Alex e Leandrinho começaram a temporada agora) a ideia foi protegê-los para evitar de qualquer maneira que eles ficassem de fora do evento em Franca. Eles são, disparados, os três rostos mais conhecidos do NBB e a Liga Nacional de Basquete não poderia OUSAR em não tê-los na sua maior festa. Marquinhos, o outro rosto conhecidíssimo, seria convocado de qualquer maneira por critérios técnicos e não precisaria desta tal proteção.

Outro ponto. Varejão, Alex, Leandrinho, Fuller, Shamell e Jackson não escolheram do nada. Havia uma pré-lista de 18 atletas, e eles escolheram 9. Não dava pra escolher o reserva do reserva do reserva e na real houve um corte para cada um dos selecionados.

Mesmo não concordando com o critério, acho que é bem óbvio o que aconteceu e fechar os olhos é também não entender o momento econômico do país e também do NBB. Jogo das Estrelas é evento comercial pra Liga. É produto, hora de fazer dinheiro e ganhar visibilidade com as transmissões de TV e exposição em redes sociais. Se não ficou claro, não dá pra imaginar isso sem Leandrinho, Alex e Varejão. Simples assim.

Abaixo os jogadores:

– NBB Brasil

Alex Garcia (Bauru Basket) – capitão
Leandrinho Barbosa (Minas) – capitão
Anderson Varejão (Flamengo) – capitão
Yago Matheus (Paulistano)
Gegê (Minas)
Cauê Borges (Botafogo)
Didi (Franca Basquete)
Léo Meindl (Paulistano)
Marquinhos (Flamengo)
Lucas Dias (Franca Basquete)
Hettsheimeir (Franca Basquete)
JP Batista (Mogi das Cruzes)

– NBB Mundo

David Jackson (Franca Basquete) – capitão
Fuller (Corinthians) – capitão
Shamell (Mogi das Cruzes) – capitão
Balbi (Flamengo)
Dawkins (Pinheiros)
Jamaal (Botafogo)
Bennett (Pinheiros)
Zach Graham (Brasília)
Enzo Ruiz (Bauru Basket)
Coleman (Minas)
Nesbitt (Flamengo)
Graterol (Brasília)

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